Em entrevista a Go Outside online, o aventureiro Angelo Corso dá detalhes de como está sendo organizada a expedição e sobre a expectativa de se embarcar nessa aventura. GO OUTSIDE: Como e quando surgiu a ideia de embarcar em uma viagem pela Amazônia?
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REMAR, ANDAR E VELEJAR por lugares exuberantes–como o pico da Neblina, a montanha mais alta do Brasil, e o rio Negro, um dos maiores afluentes do Amazonas–faz parte do roteiro dos brasileiros Angelo Corso, Mario Vidal e Aladir Murta, Outsider 2011, que em junho pretendem embarcar em um desafio de 2.500 quilômetros batizado de Amazônia.
De quebra, o trio aproveita a viagem para protestar contra os maus tratos do homem contra a maior floresta do planeta. A equipe transporta do Rio de Janeiro para a Amazônia aproximadamente uma tonelada de equipamentos, e só aguarda uma melhora na condição dos rios para iniciar a viagem.
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Qual percurso a equipe pretende realizar?
No roteiro, começaremos a aventura remando dois caiaques pela margem direita do rio Negro, um dos maiores afluentes do Amazonas, até a fronteira com a Venezuela. De lá, caminharemos para o pico da Neblina (2.994 metros), a mais alta montanha do Brasil. O objetivo é realizar um trekking de aproximadamente 15 dias. Para finalizar, velejaremos pelo rio Negro, desta vez pela margem esquerda, de volta ao ponto de partida da expedição.
Essa expedição algum objetivo?
Quando se faz uma opção de "vida alternativa”, como a que fiz, o objetivo que se tem é apenas a simplicidade de se viver com a natureza e como a natureza, tirando dela o mínimo possível e transmitindo da melhor forma possível seus ensinamentos e lições. Espero que isso soe como poesia ao coração das pessoas da cidade, para que percebam e entendam que, apesar de distantes dela, a natureza é a nossa origem, nosso caminho e nosso destino.A morte da natureza é a nossa morte também.
Para que tipos de dificuldades vocês se prepararam?
Não pretendemos enfrentar dificuldades. Dificuldade enfrentamos na cidade grande. Na natureza não tem buzina, gente estressada, burocracia, trânsito, violência… Lá tudo flui como água, e nós humildemente seguiremos seu ritmo e suas regras. Temos que ter a paciência que ela nos impõe.
Qual a data prevista para o começo da expedição?
A expectativa é para o próximo mês. Nossa logística é muito trabalhosa e muitas vezes não depende apenas de nós. Esse ano, por exemplo, os rios estão mais cheios que o normal, e isso nos exige um replanejamento. Já estamos com praticamente tudo pronto, acertando alguns detalhes e a natureza "carimbar nosso passaporte de entrada".
Como vocês pretendem utilizar o material coletado na viagem?
Transformar nossas aventuras em educação é um de nossos principais objetivos. A preocupação é de sempre dar a nossas expedições uma função social. Como vamos a lugares que a maioria das pessoas não vão, transformamos nosso conteúdo (fotos e vídeos) produzido ao longo do caminho em ferramenta pedagógica, utilizando-os em palestras e exposições. A intenção é tentar aproximar as pessoas da natureza e, consequentemente, as pessoas a respeitarem mais. Com as crianças e jovens o resultado é sempre muito positivo. Faremos também um documentário para a televisão de 10 programas de 24 minutos que se chamará Expedição Amazônia.