Conquista (fria) verde e amarela


VERDE E AMARELO: Jaqueline alcança índice na IBU Cup e abre portas para o Brasil

Depois de disputar a prova de ski cross-country nos Jogos Olímpicos de Vancouver, em 2010, a mineira Jaqueline Mourão teve que diminuir os treinamentos. O motivo? A atleta engravidou. Durante a gestação, ela incorporou outro desafio: o biathlon de inverno, competição que envolve ski cross-country e tiro. E, em pouco tempo, Jaqueline já cravou seu nome na história da modalidade.

Na última semana, a atleta alcançou o índice necessário para uma vaga na Copa do Mundo de Biathlon de Inverno – competição mais importante da modalidade –, durante a etapa da IBU CUP (classificatória) realizada em Conmore, no Canadá.

Em entrevista à Go Outside online, Jaqueline, que atualmente mora em Quebec, fala das dificuldades e expectativas deste novo desafio.

Por Mariana Mesquita, da Go Outside on line


FORÇA: Jaque durante a competição

GO OUTSIDE: Como aconteceu a conquista pela vaga na Copa do Mundo?
JAQUELINE MOURÃO:
Para conquistar o índice para a Copa do Mundo, eu precisava ter um percentual de, no máximo, 15% das três melhores atletas na Copa IBU (evento classificatório para a Copa do Mundo). Competimos contra atletas dos times nacionais de diversas nações que dominam o esporte na neve, como Rússia, Noruega, Alemanha e França. Conquistei 11.6% na prova de 15 quilômetros individual, acertando 17 dos 20 tiros possíveis, e com este novo recorde brasileiro conquistamos o direito de largada em Copas do Mundo para o Brasil.

Como você se preparou?
Apesar de ter começado os treinos tarde nesta temporada de 2011/2012, pois perdi meu pai e foi um momento muito difícil para toda minha família, os treinamentos foram muito bons. Treinei com a equipe estadual de Quebec, e o nível das atletas é muito bom, assim aperfeiçoamos nosso rendimento e podemos comparar praticamente todos os dias nossa evolução.

Qual a maior dificuldade até o momento?
Bom, com certeza foi aprender a atirar… Eu tive pouco tempo para aprender, e é um processo considerado muito lento de aprendizagem. Consegui aprender rápido, e logo tive um percentual de acerto bom. Agora estou tentando melhorar cada vez mais a velocidade do tiro.

Como você se sentiu ao conquistar a primeira vaga brasileira para a Copa do Mundo?
Estou muito feliz, orgulhosa de ser brasileira e mais uma vez escrever meu nome na história do esporte do meu país.

Quais seus planos e objetivos futuros?
Bom agora vou me preparar primeiramente para a primeira participação no Campeonato Mundial de Biathlon, que será realizado na Alemanha (Ruhpolding) entre os dias 29 de fevereiro a 11 de março. O critério para o Mundial é de 20%, e já havia conquistado essa marca em dezembro/2011. Esta vai ser uma experiência incrível, pois na Alemanha o biathlon é muito popular.