Um novo estudo da Universidade de Huazhong, na China, e da Universidade de Sydney, na Austrália, mostrou que andar de bicicleta está associado a uma diminuição significativa no risco de demência e Alzheimer.
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Publicada na revista científica JAMA Network Open, a pesquisa analisou dados de 79.723 britânicos, de em média 56 anos, ao longo de 13 anos. Os resultados constataram que pedalar pode reduzir 19% o risco de demência em geral e 22% o risco de Alzheimar.
Segundo os autores, pedalar não é só um exercício físico moderado a intenso — que melhora o fluxo sanguíneo —, mas também uma atividade cognitivamente demandante. Ciclistas precisam se orientar, avaliar rotas, prestar atenção ao tráfego e ao ambiente, tudo isso exercita o cérebro, especialmente o hipocampo, responsável por funções de memória e aprendizagem. De fato, exames de ressonância mostraram volume cerebral maior nessa região entre os ciclistas.
Além disso, os benefícios foram particularmente expressivos em indivíduos sem a variante genética APOE E4, ligada a maior predisposição ao Alzheimer — para esse grupo, os índices de redução chegaram a –26 % para demência e –25 % para Alzheimer.
Um estudo global com impactos locais
Embora os dados venham do Reino Unido, a pesquisa abre caminho para políticas públicas e incentivos ao uso da bicicleta em cidades de todo o mundo. A combinação de saúde física, mental e sustentabilidade torna o ciclismo um grande aliado na promoção de um envelhecimento mais saudável.
Os pesquisadores fazem questão de ressaltar que o estudo é observacional, ou seja, mostra associação, não causa direta. Fatores como dieta, estilo de vida, renda e contexto urbano podem influenciar os resultados. Ainda assim, promover o uso da bicicleta como parte da mobilidade urbana parece uma estratégia de impacto relevante para preservar a saúde cognitiva nas próximas décadas.