Após treinamento hipóxico, empresário escala o Everest em menos de 4 dias e bate recorde mundial

Por Redação

pessoa mais rápida a escalar o Everest partindo do nível do mar
Foto: Reprodução/Instagram/Andrew Ushakov

O montanhista Andrew Ushakov, empresário, pai e aventureiro de altitudes desde apenas 2020, acaba de se tornar a pessoa mais rápida a escalar o Everest partindo do nível do mar: foram 3 dias, 23 horas e 7 minutos desde Nova York até o topo do mundo. As informações são do site especializado Everest Chronicle.

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O anúncio do feito veio pela empresa Elite Exped, comandada por Nirmal “Nims” Purja, famoso e polêmico sherpa – já acusado de abuso sexual por clientes – que ficou conhecido pela sua própria expedição relâmpago ao Everest anos atrás. Segundo a organização, Ushakov decolou de Nova York na madrugada do dia 15 de maio, pousou em Katmandu, voou de helicóptero até o Acampamento Base e iniciou a escalada logo em seguida. Às 9h22 da manhã (horário local) do dia 19 de maio, ele pisou no cume mais alto do planeta.

O montanhista realizou em menos de quatro dias um percurso que costuma levar mais de 50. E tudo isso com uma lesão recente no ombro, sofrida em uma avalanche meses antes, e sem o respaldo de uma carreira esportiva profissional.

Preparação

Para contornar a falta de tempo e de montanhas por perto, Ushakov investiu em mais de 400 horas de treinamento hipóxico, em tendas que simulam o ambiente rarefeito das grandes altitudes. Durante a escalada em si, usou oxigênio suplementar a partir do Acampamento Base, como costuma ser feito na maioria das expedições comerciais.

Apesar disso, a velocidade impressionou. O feito ganhou ainda mais destaque por ter ocorrido na mesma semana em que quatro ex-integrantes das Forças Especiais britânicas também chegaram ao cume do Everest em tempo, até então, recorde. Eles partiram de Londres e subiram em menos de uma semana, como parte de uma expedição de velocidade organizada pela Furtenbach Adventures. Mas os britânicos usaram, além de tendas hipóxicas, inalações de gás xenônio, um método experimental de adaptação à altitude.

“Não sou atleta, sou uma pessoa comum”

O que torna a jornada de Ushakov ainda mais surpreendente é o fato de ele não viver da montanha. “Sou um cara comum, com um braço quebrado e um sonho. Fiz isso enquanto toco uma empresa e cuido da minha família. Essa conquista é para os 99% que acham que grandes objetivos não são para eles”, disse em seu site oficial.

Ele afirma que o objetivo da missão era mostrar que é possível realizar feitos grandiosos mesmo sem ser atleta profissional. “Estou fisicamente exausto, mas emocionado. Me diziam que seria impossível subir o Everest sem aclimatação prévia, mas consegui. Quero que isso sirva de motivação para quem pensa que sonhos grandes não cabem em rotinas comuns.”