Em homenagem ao Papa Francisco, Giro d’Italia retorna ao Vaticano após 25 anos

Giro d'Italia homenageia Papa Francisco
Papa Francisco e o ciclista profissional Egan Bernal. Foto: Catawicki

A 107ª edição do Giro d’Italia começa, uma das três grandes voltas do ciclismo mundial, tem largada no próximo dia 9 de maio. Pela terceira vez consecutiva, a capital italiana será o cenário da etapa final. Mas, em 2025, essa chegada ganha um significado especial: será dedicada ao Papa Francisco, falecido no último dia 21 de abril.

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A 21ª e última etapa terá largada na Cidade do Vaticano — um desejo do próprio Papa Francisco, expressado durante os preparativos para o Ano Jubilar da Igreja Católica, que começa em dezembro deste ano.

“Roma oferecerá mais uma vez uma final espetacular, cruzando marcos icônicos mundialmente conhecidos. A largada no Vaticano acrescenta um valor emocional especial a esta etapa, unindo esporte e espiritualidade. Será um dia memorável, em homenagem à cidade e à mensagem de esperança deixada pelo Papa Francisco”, afirmou Mauro Vegni, diretor da prova.

O trajeto final deve atravessar alguns dos principais cartões-postais de Roma, como o Coliseu, os Fóruns Imperiais e, claro, o Vaticano. Será apenas a terceira vez na história que o Giro entra no território da menor Cidade-Estado do mundo — as anteriores foram em 1974 e em 2000, quando o tcheco Jan Hruska venceu o Prólogo disputado nas ruas vaticanas.

A escolha do Vaticano como ponto de partida da última etapa já estava nos planos da organização antes mesmo da morte do pontífice. Ela faz parte da programação extraoficial do Jubileu 2025, evento que deve atrair cerca de 35 milhões de peregrinos à cidade entre dezembro de 2024 e janeiro de 2026.

Além disso, o retorno de Roma como chegada da prova pela sétima vez — e terceira seguida — está alinhado com os esforços da organizadora RCS Sport em transformar o encerramento do Giro num espetáculo de apelo global, semelhante ao que o Tour de France realiza todos os anos em Paris. A ideia é fincar Roma no imaginário esportivo como um destino icônico para o ciclismo de elite.

Para o italiano Vincenzo Nibali, bicampeão do Giro (2013 e 2016) e um dos maiores nomes da história recente da prova, a chegada na capital tem um gosto especial: “Roma é uma cidade que sempre oferece emoções únicas. Nos últimos anos, vimos uma presença incrível de espectadores. Lamento nunca ter tido a oportunidade de correr nessas ruas. Este ano, com a passagem pelo Vaticano, será ainda mais especial para todos os ciclistas.”

Roma já recebeu o Giro em 50 ocasiões, mas apenas sete vezes como palco da última etapa. A cidade também se beneficia economicamente com o evento: estima-se que a edição deste ano injete entre 100 e 200 milhões de euros na economia local, com atrações paralelas como a Giroland — uma arena com shows, feira de produtos oficiais e ativações de patrocinadores — além de um passeio ciclístico gratuito que, em 2024, reuniu mais de 4 mil pessoas.

Fonte: Aliança Bike