Quem é o alpinista que pretende escalar o Everest em menos de 24 horas — sem oxigênio suplementar

Por Redação

O equatoriano Karl Egloff acaba de quebrar um recorde no Aconcágua. Foto: Arquivo Pessoal.

Na última semana, o equatoriano Karl Egloff quebrou um recorde incomum de velocidade no Aconcágua. Ele correu do Campo Base até os cumes principal e sul e voltou em 8 horas e 49 minutos. E isso foi apenas um aquecimento para seu grande desafio de 2025: subir o Everest em um dia, sem oxigênio.

Egloff treinou no Aconcágua por sete dias antes de partir do Campo Base na Plaza de Mulas, na quinta-feira (6), às 7h30 da manhã. Ele correu até o cume principal (6.961m), atravessou a crista até o cume sul (31m mais baixo) e retornou ao Campo Base. “A crista até o cume sul foi desafiadora”, escreveu ele nas redes sociais. “[Mas] sempre foi meu sonho completar ambos os cumes em uma única subida partindo do Campo Base.”

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Até onde Egloff sabe, essa rota (que inclui o cume sul) nunca foi concluída em um único dia antes. O Aconcágua já se tornou uma segunda casa para o escalador e corredor de montanha, que se mudou de sua terra natal no Equador para a Suíça há dois anos.

No topo da América do Sul, ele já quebrou dois recordes de velocidade: a rota Horcones-cume-Horcones em 11 horas e 52 minutos (2015) e a difícil Parede Sul em 25 horas (2020).

Everest é o próximo

Esse, no entanto, não é o maior projeto de Egloff para este ano. O Aconcágua foi apenas uma etapa do desafio Sete Cumes, no qual ele pretende correr e bater um recorde de velocidade em cada uma das montanhas mais altas de cada continente. Além do Aconcágua, ele já conquistou recordes no Kilimanjaro, Elbrus e Denali na última década. Agora, o Everest é o próximo.

Egloff pretende escalar o Everest do Campo Base até o cume e retornar em menos de 24 horas, sem oxigênio suplementar, pelo lado sul. Seu parceiro habitual de escalada, Nico Miranda, irá acompanhá-lo.

Miranda carregará um sistema de oxigênio como medida de segurança. Dessa forma, eles esperam evitar problemas com o novo conjunto de regulamentos nepaleses para o Everest, que restringem escaladores solo e independentes.

Ainda no Aconcágua, Egloff disse ao site ExplorersWeb que ele e Miranda não serão os únicos a tentar bater o recorde de velocidade no Everest. O norte-americano Tyler Andrews também estará lá.

“Andrews e eu não escalaremos ao mesmo tempo, mas em dias diferentes. No entanto, ambos seguirão o mesmo estilo: uma única subida sem oxigênio do Campo Base ao cume e de volta ao Campo Base”, explicou.

Egloff tem se destacado no skyrunning em grandes altitudes. No entanto, foi apenas depois de escalar sozinho o Cotopaxi, no Equador, em 1h26min (do abrigo até o cume e de volta) em 2022 que ele decidiu focar na escalada de velocidade.

Em maio do mesmo ano, ele estabeleceu o recorde de velocidade (FKT) no Makalu ao lado de Nico Miranda. A dupla escalou do Campo Base Avançado até o cume em 17h18min e completou a ida e volta em 25 horas.