6 trilhas que te levam ao topo de vulcões ativos sinistros

Por Redação

Villarica, o vulcão mais ativo da América do Sul. Foto: Karthika Gupta / Backpacker.

Pensando em adicionar um pouco de calor à sua aventura? Esta lista elaborada pela viajante profissional Karthika Gupta, da Backpacker, reúne seis trilhas que levam ao topo de alguns dos vulcões ativos impressionantes do mundo, do Japão à Itália, passando pelo Chile, Havaí e Guatemala.

Não é só a emoção de encarar um caldeirão fervente — essas trilhas oferecem paisagens incríveis, histórias milenares e momentos desafiadores para despertar o melhor do seu espírito aventureiro.

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Monte Etna (Itália)

Foto: Reprodução / Backpacker.

Localizado na costa leste da Sicília, o Etna é não apenas o vulcão mais alto da Europa, mas também o mais ativo. Seja você um trilheiro casual ou experiente, há rotas para todos os níveis. Para iniciantes, as encostas mais baixas são relativamente fáceis, com trilhas como a dos Crateras Silvestri, que serpenteiam por campos vulcânicos. Pelo caminho, você encontrará florestas exuberantes e até vinhedos cultivando uvas nativas como Nerello Mascalese e Nerello Cappuccio — um contraste inesperado com o cume árido.

Para quem busca um desafio maior, caminhadas guiadas até o topo (a 3.400 metros) oferecem a aventura definitiva. (Nota: Para trilhas acima de 2.900 metros, é obrigatório contratar um guia certificado, garantindo sua segurança, já que a atividade vulcânica pode ocorrer sem aviso prévio.) Pelo caminho, você passará por campos de lava, planícies de cinzas e crateras dramáticas. Ao se aproximar do topo, verá fumarolas expelindo vapor. A vista do cume é espetacular. Em dias claros, é possível ver a paisagem siciliana contrastando com o azul do Mar Mediterrâneo.

Monte Stromboli (Itália)

Foto: Reprodução / Backpacker.

O Monte Stromboli está localizado na Ilha de Stromboli, parte do arquipélago Eólia, e é conhecido como o “Farol do Mediterrâneo”. Ele entra em erupção com tanta frequência que há um espetáculo constante de explosões de fogo e lava brilhante, tornando a caminhada até lá uma experiência inesquecível.

Mas o verdadeiro show acontece à noite. As caminhadas guiadas (obrigatórias, pois trilhas solo são proibidas) começam ao pôr do sol. Subindo as encostas íngremes com um guia, você alcançará um ponto de observação seguro próximo às crateras ativas no cume. As erupções iluminam o céu a cada 10 a 20 minutos, criando um espetáculo de lava e cinzas subindo ao ar — como fogos de artifício naturais.

Dica: Depois da aventura, relaxe em uma das praias de areia preta de Stromboli ou aproveite a culinária siciliana na charmosa vila da ilha.

Kilauea (Havaí)

Foto: Rinkuru / Shutterstock.

O Kilauea, localizado no Parque Nacional dos Vulcões do Havaí, é um dos vulcões ativos mais famosos do mundo. Caminhar por suas trilhas permite explorar tubos de lava, crateras e, se tiver sorte, até fluxos de lava recentes. A erupção mais recente começou em 23 de dezembro de 2024 e ainda está em andamento.

A trilha de 5 km (Kīlauea Iki Trail) dá a volta em um lago de lava solidificada, com saídas de vapor e rachaduras impressionantes. Outra parada obrigatória é o mirante da Cratera Halemaʻumaʻu ao longo da Crater Rim Drive, especialmente à noite, quando a lava brilhante pode ser vista. O caminho ao redor da cratera tem 17 km e oferece muitas oportunidades para observar a atividade vulcânica.

O que torna o Kilauea especial é como sua paisagem está sempre mudando, misturando florestas tropicais exuberantes com terreno vulcânico.

Nota: O calor no Havaí pode ser intenso o ano todo, especialmente nos campos de lava expostos. O solo pode ficar quente ao toque, então use sapatos fechados e leve bastante água.

Villarica (Chile)

Deslizando em alta velocidade no Villarica. Foto: Karthika Gupta / Backpacker.

A região dos lagos do Chile, localizada no sul do país, é conhecida como “Alameda dos Vulcões”. Essa área abriga 40 vulcões, sendo 10 deles ativos. O Villarica, o mais ativo da América do Sul, é um dos mais desafiadores.

Com 2.847 metros de altitude, oferece vistas incríveis dos Andes e de outros vulcões ao redor. No cume, a permanência é limitada a 10 minutos e, dependendo da atividade recente, pode ser necessário usar máscaras de gás devido aos vapores tóxicos. Mas, se tiver sorte, poderá ver a cratera fumegante cheia de lava.

O mais emocionante é a descida, onde você pode deslizar a alta velocidade por encostas nevadas. A subida é desafiadora, exigindo o uso de grampos e picaretas de gelo nas partes mais altas, mas a vista do topo vale todo o esforço.

Nota: Um guia é obrigatório, pois é necessário atravessar geleiras, encostas de gelo e áreas de cascalho vulcânico.

Pacaya (Guatemala)

Apenas uma hora da Cidade da Guatemala e de Antigua, o Pacaya é um vulcão ativo de fácil acesso, conhecido por suas erupções recentes. Com várias trilhas para diferentes níveis, é uma ótima opção para famílias e iniciantes.

As trilhas levam por florestas exuberantes e campos de lava até perto do cone ativo. O cume é restrito por questões de segurança, mas você pode explorar as rochas quentes e até assar marshmallows no calor vulcânico, uma experiência única.

Em dias claros, é possível ver os vulcões vizinhos, como Agua, Fuego e Acatenango, especialmente ao pôr do sol. Para quem quer economizar energia, há cavalos disponíveis para aluguel na subida.

Monte Meakan (Japão)

Foto: Karthika Gupta / Backpacker.

Localizado no Parque Nacional Akan-Mashu, em Hokkaido, este vulcão ativo tem 4.918 metros de altitude e é famoso por sua intensa atividade geotérmica. A trilha começa perto do Lago Akan, conhecido por suas águas cristalinas e pelas raras bolas de algas marimo, um fenômeno natural e um símbolo cultural do Japão.

A trilha de 16 km atravessa densas florestas antes de se abrir para um terreno vulcânico acidentado. No cume, as vistas panorâmicas incluem a caldeira com fumarolas expelindo vapor sulfuroso, o Lago Akan e as montanhas ao redor.

Dica: Embora seja possível fazer a trilha sem guias, é altamente recomendável contratar guias indígenas Ainu, que explicam a importância cultural da área. Segundo a lenda Ainu, o Monte Meakan, chamado de Machineshiri, representa o espírito de uma mulher ressentida por seu marido distante, o Monte Oakan, localizado a 30 km dali. Como uma amante rejeitada, ela libera sua raiva através da fumaça que sobe de suas crateras.