Equipes de resgate estão procurando sobreviventes após um forte terremoto que matou dezenas de pessoas e danificou mais de 1.000 edifícios em uma região remota do Tibet, próxima ao Everest.
Pelo menos 126 pessoas morreram e outras 188 ficaram feridas após o terremoto atingir os contrafortes do Himalaia por volta das 9h, horário local, desta terça-feira (7), de acordo com a mídia estatal chinesa.
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Uma operação de resgate em grande escala foi lançada, com os sobreviventes sob grande pressão, já que as temperaturas devem cair até -16°C durante a noite.
Terremotos são comuns nesta região, que está localizada em uma grande falha geológica, mas o de terça-feira foi um dos mais mortais na China nos últimos anos.
O terremoto de magnitude 6,8, que atingiu uma profundidade de 10 quilômetros, segundo dados do Serviço Geológico dos Estados Unidos, também foi sentido no Nepal e em partes da Índia, vizinhos do Tibet.
Vídeos publicados nas redes sociais mostraram casas destruídas e prédios desmoronados na cidade sagrada de Shigatse, no Tibet, com equipes de resgate caminhando pelos escombros e distribuindo cobertores para os moradores.
As temperaturas no condado de Tingri, próximo ao epicentro do terremoto, nos contrafortes do norte do Himalaia, já estavam tão baixas quanto -8°C antes do anoitecer, segundo a Administração Meteorológica da China.
Sangji Dangzhi, cuja loja foi danificada no terremoto, relatou em depoimento à BBC que os danos às casas foram extensos.
“Aqui as casas são feitas de barro, então, quando o terremoto veio… muitas casas desabaram”, disse o homem de 34 anos, acrescentando que ambulâncias estavam levando pessoas ao hospital durante todo o dia.
O fornecimento de energia e água na região foi interrompido. Mais de 40 tremores menores foram registradas nas primeiras horas após o terremoto.
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Localizado aos pés do Monte Everest, que separa o Nepal da China, o condado de Tingri é uma base popular para alpinistas que se preparam para escalar o pico mais alto do mundo.
Os passeios turísticos ao Everest em Tingri, originalmente programados para a manhã de terça-feira, foram cancelados, segundo um funcionário do setor de turismo local, acrescentando que a área turística foi totalmente fechada.
Havia três visitantes na área turística, que foram transferidos para um local ao ar livre por segurança, informou o funcionário.
A região de Shigatse, que abriga 800 mil pessoas, é a sede tradicional do Panchen Lama, uma figura-chave do budismo tibetano cuja autoridade espiritual é superada apenas pelo Dalai Lama.
O líder espiritual exilado disse estar profundamente entristecido pelas notícias do terremoto.
“Ofereço minhas orações por aqueles que perderam suas vidas e desejo uma rápida recuperação a todos os feridos”, disse o Dalai Lama em um comunicado.
Em 2015, um terremoto de magnitude 7,8 perto de Katmandu, a capital do Nepal, matou quase 9 mil pessoas e feriu mais de 20 mil.
Os tremores da manhã de terça-feira, que fizeram muitos moradores de Katmandu saírem correndo de suas casas, trouxeram memórias desse desastre mortal.
“Em 2015, quando o terremoto aconteceu, eu nem conseguia me mover”, contou Manju Neupane, uma comerciante em Katmandu, à BBC Nepali. “Hoje, a situação não foi tão assustadora. Mas estou com medo de que outro grande terremoto nos atinja e fiquemos presos entre prédios altos.”