Campeã mundial, Caitlin Simmers surfa com prancha feita de bitucas de cigarro

Por Redação

Caitlin Simmers
Foto: Reprodução.

Atual campeã mundial da WSL, a norte-americana Caitlin Simmers diz que boa parte do lixo que recolhe pelas praias é composta por bitucas de cigarro.

Tom Novotny, um professor de saúde pública e especialista em resíduos, reforça que as bitucas são o item mais encontrado em limpezas de praias e áreas urbanas. Ele afirma que isso ocorre há 30 anos.

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“Todos os anos, milhões, bilhões, trilhões de cigarros são descartados no ambiente”, diz Novotny. “O que você está recolhendo, na maioria das vezes, é o filtro, que contém plásticos e produtos químicos tóxicos para o meio ambiente.”

Novotny realizou um experimento colocando esses filtros descartados em um litro de água com alguns peixes pequenos. Metade deles morreu devido aos produtos químicos tóxicos.

O experimento foi simples, direto, e mostrou que as bitucas que recolhemos nas praias ou até vemos flutuando no mar não são apenas irritantes; são poluentes nocivos que mudam a composição do ambiente oceânico.

Para contextualizar, a Ocean Conservancy relatou em 2018 que 2.412.151 bitucas de cigarro foram coletadas em todo o mundo no ano anterior, um aumento em relação às 1.863.838 bitucas coletadas em 2016.

Com quase 2,5 milhões dessas bitucas coletadas apenas em 2018, fica fácil entender como alguém poderia conseguir cerca de 4.000 bitucas de cigarro de uma só vez para construir uma prancha de surf.

Essa é a premissa de “The Cigarette Surfboard”, documentário que foi destaque na programação do Rocky Spirit deste ano. O filme acompanha a jornada de dois amigos californianos que começaram a criar uma prancha com bitucas como símbolo de conservação dos oceanos — uma iniciativa que certamente impactou Simmers.

“As pessoas que vivem perto do oceano têm mais responsabilidade,” diz ela. “São elas que utilizam o oceano, então deveriam cuidar dele mais. E se virem o impacto disso — todas essas bitucas juntas — talvez percebam…”

Assista abaixo: