Treinar só no fim de semana é suficiente para sua saúde mental?

Por Redação

fim de semana
Foto: Quality Stock Art / Shutterstock.

Concentrar os exercícios apenas no fim de semana pode ser tão benéfico para o cérebro quanto manter uma rotina regular de treinos, sugere um novo estudo.

A pesquisa, realizada com mais de 10 mil pessoas, constatou que tanto os “guerreiros de fim de semana” — aqueles que se exercitam apenas uma ou duas vezes por semana — quanto aqueles que praticam atividades físicas mais frequentes tiveram uma redução no risco de demência leve em comparação com indivíduos inativos.

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“Acredito que nosso estudo traz boas notícias para pessoas ocupadas ao redor do mundo”, destaca Gary O’Donovan, um dos responsáveis pela pesquisa. “Este é nosso recente estudo sobre os guerreiros de fim de semana, e está cada vez mais claro que os benefícios de se exercitar uma ou duas vezes por semana são muito semelhantes aos de se exercitar com mais frequência.”

O padrão de atividade física dos “guerreiros de fim de semana” tem se tornado um tema popular nas pesquisas. Em outro estudo recente, liderado por Shaan Khurshid, foi constatado que aqueles que concentram uma semana de exercícios em um ou dois dias têm um risco menor de desenvolver mais de 200 doenças em comparação com pessoas inativas, sendo que praticantes regulares também apresentam benefícios semelhantes.

Os resultados da primeira pesquisa revelaram que, dos 10.033 participantes, 79,2% relataram não praticar esporte ou exercício, 7,2% eram “guerreiros de fim de semana” que se exercitavam uma ou duas vezes por semana, e 13,6% se exercitavam mais regularmente.

Uma análise adicional, considerando fatores como idade, sexo, escolaridade, renda, tabagismo e índice de massa corporal, revelou que o grupo dos guerreiros de fim de semana teve um risco 25% menor de demência leve em comparação com o grupo inativo, enquanto o grupo regularmente ativo teve um risco 11% menor.

A equipe estimou que 13% dos casos de demência leve seriam eliminados se todos os adultos de meia-idade praticassem esporte ou exercício pelo menos uma ou duas vezes por semana.

Embora O’Donovan tenha afirmado que não estava claro por que o grupo dos guerreiros de fim de semana apresentava um risco menor de demência leve do que aqueles que praticavam exercícios mais regularmente, ele sugeriu que isso poderia se dever à natureza da ferramenta de triagem, ressaltando que não era um diagnóstico clínico. A equipe observou que os dois grupos ativos apresentaram reduções de risco semelhantes em relação ao grupo inativo quando um limite diferente foi usado na ferramenta de triagem.

Khurshid, que não participou do último estudo, elogiou a pesquisa em declaração ao jornal britânico The Guardian, observando que, embora ela dependa de exercícios auto-relatados, que podem estar sujeitos a erros, apoia a ideia de que as pessoas devem realizar atividades físicas da maneira que funciona melhor para elas.

“Isso contribui para o crescente corpo de evidências de que a atividade física concentrada está associada a resultados de saúde benéficos e, neste caso, adiciona o comprometimento cognitivo à lista”, disse.

De fato, Khurshid disse que trabalhos anteriores enfatizaram que o volume total de exercício, em vez do padrão, é o que mais importa para o risco de doenças.

“Portanto, é necessário que você se exercite por mais tempo nessas poucas sessões semanais se pretende ser um guerreiro de fim de semana, para que ainda alcance os volumes de atividade recomendados”, finalizou.