Por que os anéis olímpicos na Torre Eiffel estão causando polêmica?

Por Redação

Torre Eiffel durante a Cerimônia de Abertura de Paris 2024. Foto: Wander Roberto/COB.

Prefeita de Paris, Anne Hidalgo desencadeou um debate acalorado nas redes sociais ao afirmar que deseja manter os anéis olímpicos na Torre Eiffel mesmo após o término dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos.

“A decisão cabe a mim, e eu tenho o suporte do COI [Comitê Olímpico Internacional]”, disse Hidalgo ao jornal Ouest-France no último final de semana. “Então sim, eles [os anéis] permanecerão na Torre Eiffel”, acrescentou no depoimento reproduzido pela rede britânica BBC.

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Alguns parisienses apoiaram a decisão, mas outros – incluindo defensores do patrimônio – disseram que isso “macularia” o icônico monumento da capital francesa.

Os cinco anéis – com 29 metros de largura, 15 metros de altura e pesando 30 toneladas – foram instalados na Torre Eiffel antes da abertura das Olimpíadas de Paris em 26 de julho, e esperava-se que fossem retirados após a cerimônia de encerramento dos Jogos Paralímpicos em 8 de setembro.

Mas Hidalgo disse que quer manter os anéis entrelaçados nas cores azul, amarelo, preto, verde e vermelho, simbolizando os cinco continentes.

Ela acrescentou que os anéis atuais – cada um medindo 9 metros de diâmetro – são muito pesados e serão substituídos por uma versão mais leve em algum momento.

A prefeita também afirmou que “os franceses se apaixonaram por Paris novamente” durante os Jogos, e ela queria “que esse espírito festivo permanecesse”.

Alguns parisienses e visitantes da capital francesa apoiaram a prefeita.

“A Torre Eiffel é muito bonita, os anéis adicionam cor. É muito agradável vê-la assim”, disse uma jovem, que se identificou como Solène, ao site France Bleu.

Mas Manon, moradora local, disse que isso era “uma ideia muito ruim”.

“É um monumento histórico, por que maculá-lo com anéis? Foi bom para as Olimpíadas, mas agora acabou, podemos seguir em frente, talvez devêssemos removê-los e devolver a Torre Eiffel ao que era antes”, disse ela.

Hidalgo, que governa Paris desde 2014, é conhecida por suas reformas ousadas – e, às vezes, controversas.

Sob sua gestão, muitas ruas da cidade, incluindo as margens do rio Sena, foram transformadas em áreas para pedestres.

No ano passado, ela venceu de forma convincente um referendo municipal para proibir o aluguel de patinetes elétricos.

Em fevereiro, Hidalgo saiu vitoriosa novamente depois que os parisienses aprovaram um grande aumento nas tarifas de estacionamento para veículos utilitários esportivos (SUVs).

E pouco antes das Olimpíadas de Paris, Hidalgo e outros funcionários da prefeitura mergulharam no Sena para provar que o rio era seguro para nadar.