Técnicas e pesquisas importam, mas a nossa maneira de fazer aquilo que amamos é o que realmente define quem somos. Perguntamos a alguns experts como preferem viajar, sozinhos ou em grupo, para entender as vantagens em detalhes que fazem muita diferença:
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O que é melhor: viajar sozinho ou em grupo?
Viajar em grupo
Felicidade real é a compartilhada
Por Alê Silva, fundador da Casa de Pedra
“Eu acho que viajar em grupo, principalmente quando envolve aventura, traz algumas vantagens significativas. A primeira, com diz a famosa frase de MacCandless no filme Na Natureza Selvagem, é que “a felicidade só é real quando compartilhada”. Pra mim é sempre muito mais gostoso esquiar, escalar, voar ou simplesmente viajar, rodeado de amigos. Poder comentar e compartilhar as experiências com pessoas queridas é um dos pontos chaves para gerar boas lembranças.
Segundo e mais importante é a segurança: em esportes realizados em dupla como escalada ou mergulho, ter um parceiro vai muito além da companhia; é uma garantia de voltar inteiro para casa. Quando estamos sozinhos, um problema simples, como uma torção de pé, pode se tornar um problemão. Ter um parceiro para ir atrás de você ou buscar ajuda é sempre um ponto importante. Fizemos uma road trip em grupo pelo centro oeste brasileiro. Foram pouco mais de 4.500km, passando por estradas absolutamente terríveis, sem pavimentação, no meio do cerrado, onde quase sempre não há sinal de celular, nem algum posto ou oficina por perto. Sem dúvida alguma eu não iria sozinho, sem um segundo carro. É impressionante como, saindo poucos quilômetros das grandes cidades, esse nosso brasilzão vira “terra de ninguém”.
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Uma outra grande vantagem é a diluição dos custos em grupo: deslocamento, hospedagem e guias, acabam sendo divididos entre todos os integrantes da viagem, deixando tudo mais em conta. E é claro, se você estiver sozinho, quem vai fazer aquela foto mais bacana?”
Viajar sozinho
Viajar sozinho é aprender a se abrir
Luísa Galiza, viajante e criadora do blog Leve na Viagem
“Viagem sempre fez parte da minha vida. Desde criança viajava muito em família. Quando larguei o serviço público para viver de produção de conteúdo, muita coisa mudou, inclusive a maneira como encarava certas situações. Viajar sozinha era uma delas. Quando adolescente era muito insegura e sentia necessidade de estar sempre acompanhada. Não ia nem ao cinema sozinha. Mas nesse trabalho tive a sorte de viajar bastante a serviço. Muitas vezes eu ia só e comecei a tomar gosto pela coisa.
Anos depois, já fora do emprego tradicional e passando mais tempo fora do que em casa, as viagens solo começaram a ser cada vez mais frequentes. Em vez de receio, comecei a sentir prazer nelas, a ver beleza em estar só, em decidir tudo sozinha, em escolher os destinos, os restaurantes, os passeios. Me vi aberta a conhecer novas pessoas, novas formas de viver, novas comidas, novas músicas. E mais adiante percebi que eu amava mesmo era descobrir novos EUs, quem eu me tornava depois de cada experiência solo.
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Viajar sozinha traz autoconfiança, autoconhecimento, empoderamento, assertividade, habilidades para lidar com o imprevisto, deixa nossa mente mais aberta, possibilita mais encontros com os outros e com nós mesmas. Mas todas essas coisas só são possíveis de sentir e perceber quando nos abrimos para elas. Eu me abri. Tudo o que compartilho no Leve na Viagem é genuíno porque vivi essa mudança. Eu era uma Luísa e hoje sou outra, seja pelas viagens apenas, seja pelo montanhismo, seja pela minha conexão com a água e mergulhos, seja pela coragem de largar um trabalho que não me fazia feliz e fazer de um sonho uma profissão.”
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*Parte de uma matéria originalmente publicada na edição 180 da Go Outside.