No último final de semana (25 e 26), centenas de pessoas remaram até o Porto de Newcastle, na Austrália, para exigir que o governo interrompa novos projetos ligados à extração de carvão.
Organizado pela Rising Tide, o bloqueio do porto durou mais de 30 horas e terminou com mais de 100 pessoas presas, sendo considerado um dos maiores protestos climáticos já realizados na Austrália.
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Os remadores usaram caiaques, pranchas de surfe, stand up paddle, pequenas balsas improvisadas e até boias para ocupar o canal de navegação do porto e impedir a passagem dos navios por quase dois dias.
Além de abrir mão da exportação e de novos projetos ligados à mineração de carvão, os ativistas também exigiram que o governo aumente os impostos sobre os combustíveis fósseis no país.
“Estamos fazendo isso para exigir que o governo tribute os lucros da exportação de combustíveis fósseis em 75% e também para exigir que nosso governo interrompa novos projetos de carvão”, disse Zack Schofield, um dos organizadores do protesto, em depoimento ao jornal The Guardian.
“Estamos aqui para proteger a terra e preservar nossa cultura”, acrescentou o ativista Willard Kurikuta.
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O Porto de Newcastle, que no ano passado se comprometeu a funcionar totalmente por energia renovável até 2040, exporta em média 165 milhões de toneladas de carvão por ano.
Desde que foi eleito em maio, o governo da região aprovou quatro novas minas de carvão e outras expansões.
A ação não foi a primeira incursão da Rising Tide pela defesa climática. O grupo foi bastante ativo na região entre 2005 e 2012 e conhecido por bloquear portos e ferrovias de carvão.
Em abril deste ano, dezenas de pessoas ligadas à organização foram presas depois de escalarem um trem a caminho do Porto de Newcastle e começarem a retirar o carvão dos vagões.