Dia 12 de outubro é Dia das Crianças e as lojas se enchem de bicicletas como opção de presente para a garotada. Mas há um grande risco de a bike escolhida ficar encostada depois de algumas tentativas frustradas de uso, seja pelo desconforto, pela falta de segurança ou pelo simples fato de não saber se equilibrar sobre duas rodas.
O primeiro critério a se levar em conta na compra de uma bicicleta infantil é o tamanho da criança. O ideal é que ela própria seja levada à loja para escolher a bike que mais se adequa ao seu porte físico, alcançando o chão com os pés ao se sentar no selim e pegando com facilidade o guidão e as alavancas de freios. As dicas abaixo são da organização Aliança Bike.
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Para uma criança a partir dos 2 anos de idade, já caminhando com firmeza, a bicicleta ideal é uma balance, que não tem pedais. Com ela é possível se movimentar impulsionando com os pés até o momento em que os deslocamentos vão se tornando maiores e o equilíbrio é encontrado.
Daí em diante, as bicicletas devem corresponder à altura e ao tamanho das pernas dos pequenos sem a necessidade de rodinhas, típicas nos modelos infantis de antigamente. Se a criança já passou da fase balance sem aprender a se equilibrar, vale voltar umas casas e comprar uma bike para o seu tamanho, tirar as rodinhas e os pedais e iniciar o processo de aprendizagem.
O acompanhamento dos pais ou responsáveis quando uma criança está aprendendo a pedalar é fundamental para lhe dar segurança. Também é preciso parcimônia se a ideia for se adiantar comprando um modelo maior já pensando que a criança vai crescer e, assim, aproveitar mais a bicicleta.
Nesse caso, o risco da bike ficar encostada e esquecida é grande, e o maior presente que se pode dar neste Dia das Crianças é a consciência de que ela pode fazer de sua bicicleta uma ferramenta para sua mobilidade e cidadania.
Muitas marcas tomam como referência a idade da criança, mas o certo é levar em consideração também sua altura e o tamanho das pernas (do cavalo ao chão). É com essas medidas que se dará a relação com o aro da bicicleta a ser escolhida, harmonizando o porte da bike com o de seu usuário.
Confiança para tirar as rodinhas
Se a criança iniciou sua vida ciclística com uma balance, as rodinhas laterais, tão características das bicicletas infantis de antigamente, tornam-se desnecessárias desde o princípio, já que o equilíbrio não será problema, tendo sido ele corretamente o primeiro a ser desenvolvido.
Agora vem o pulo do gato: ainda que a criança esteja na fase das rodinhas, voltar alguns passos pode ser fundamental. Sabemos que muita gente acaba aprendendo a pedalar no susto, acostumado com a pressão do pai, da mãe ou do responsável segurando o selim enquanto fala “pedala, pedala!”
Cá entre nós, esse processo é um tanto agitado e tem quem nunca consiga passar por ele, chegando à fase adulta sem rodinhas, mas também sem pedalar bicicleta alguma (com exceção dos triciclos que são ótimos para inclusão de todo tipo de ciclista). Por isso, essa dica vale pros pequenos, mas também para os grandes, para quem ainda sonha em pedalar sem rodinhas.
Tire as rodinhas e os pedais fazendo de qualquer bicicleta uma bike balance e siga os mesmo princípios de ganhar equilíbrio e postura com curtas e depois largas passadas sobre a bike, ganhando distância e aprendendo a segurar a bicicleta não só com os braços, mas também com a postura.
Nesse processo, ganha também quem está auxiliando as primeiras pedaladas, pois essa pessoa deixa de ser responsável pelo equilíbrio do outro e passa a incentivar mais e a orientar direções, curvas e por aí vai. Mas ainda que alivie as costas, a atenção precisa ser mais presente e é um processo que exige certa paciência e disposição.
Para não perder o interesse
Às vezes a gente pensa em bike como se fosse roupa: leva uma maior que dura por mais tempo. Esse é um pensamento que deve acontecer com bastante parcimônia, pois economizar adquirindo uma bicicleta maior já prevendo que seu filho ou filha vai crescer pode desestimular o interesse pela bicicleta, por ela ser pesada demais e/ou grande demais.
Também não são as cores, personagens e acessórios que vão ajudar os pequenos a pedalarem melhor, a verdade é que escolher a bicicleta por esses motivos pode ser uma grande roubada. É legal pedalar com o tema do seu personagem preferido, mas mais legal ainda é pedalar com confiança e com uma bike que foi projetada para sua fase da vida e isso vale pra sempre.
A dica é: esqueça o presente surpresa, ou o faça como experiência, levando seu filho ou quem quer presentar a uma loja de confiança onde a pessoa possa experimentar modelos, pedalar um pouco, ajustar alturas de selim, guidão etc.
Comprar uma bicicleta é como qualquer veículo, por isso evitamos a todo custo usar a palavra brinquedo nesse texto, pois vai muito além disso. É preciso estar adequado ao uso, tamanho e orçamento, é claro, e para esse último o menos é sempre mais: antes uma bike simples, mas mais eficiente, do que uma bike cheia de ‘frufru’ mas que vai ser deixada de lado tão logo perca o brilho do embrulho.
Mais algumas dicas práticas
Conforto: bancos e manoplas com ergonomia confortáveis são um estímulo
Pés no chão: no começo ter a confiança de alcançar o chão com os pés é importante e, no caso das balance bikes, essencial. Vá subindo o selim com o tempo!
Pegada firme: Guidão e alavancas de freios precisam estar na distância adequada para ser possível manuseá-los com confiança.
Fonte: Aliança Bike