Ativista pelos direitos dos ciclistas, a jornalista Erika Sallum (1976-2021) deixou sua marca na bike, seja pelo trabalho inspirador como diretora de redação da Go Outside, mas também como fomentadora da ciclovia da Marginal Pinheiros, seu local de treinos na capital paulista.
Erika sempre viu a ciclovia do Rio Pinheiros como um espaço democrático, com o poder de unir as pessoas, propondo diversas soluções para facilitar a vida de quem pedala pelo local. Além disso, enxergava a ciclovia como uma importante ferramenta de inclusão social, já que ela conecta pontos extremos da metrópole.
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Erika tinha projetos ligados a ciclovia do Rio Pinheiros – um deles foi aprovado na semana em que ela faleceu: uma oficina-escola ao longo da pista para ensinar jovens a serem mecânicos de bicicleta. Ela também foi uma das idealizadoras da projeção do Festival Rocky Spirit, com filmes sobre a vida outdoor, em diferentes pontos do local.
Por acreditar que esse legado merece ser perpetuado, uma petição online pede que a Prefeitura de São Paulo batize uma nova – e importante – ciclopassarela na ciclovia da Marginal Pinheiros com o nome de Ciclopassarela Jornalista Erika Sallum.
“Após décadas de espera, ciclistas e pedestres devem em breve ver iniciadas as obras de uma ponte exclusiva para cruzar o rio e a Marginal Pinheiros, nas proximidades das congestionadas avenidas Eusébio Matoso, Rebouças, Brigadeiro Faria Lima, Vital Brasil, Corifeu de Azevedo Marques e Professor Francisco Morato (todas vias com nomes de homens)”, argumenta o abaixo-assinado criado pelo cicloativista Thomas Wang.
“Além de finalmente conectar parte dos bairros Pinheiros, Butantã e a ciclovia da Marginal Pinheiros, a ciclopassarela permitirá o deslocamento rápido, barato, limpo e seguro para milhares de cidadãos que residem na periferia e trabalham no centro expandido. Quando pronta, a obra vai refletir uma longa história de trabalho político e luta ativista em defesa de um espaço público mais inclusivo e mais sustentável”, destaca a petição, que tem como primeira meta recolher 500 assinaturas.
Até o fechamento desta reportagem, mais de 300 pessoas já haviam assinado o abaixo-assinado. Para perpetuar o nome de Erika quando a obra estiver terminada, será necessário a promulgação de uma lei na Câmara Municipal.
“Igualmente a uma ponte segura e justa, Erika possibilitou e incentivou conexões entre as diversas realidades paulistanas, atuando até seus últimos dias de vida para aproximar as populações periféricas às oportunidades do centro. Com a mesma intensidade levou a população do centro ao encontro da rica cultura da periferia”, finaliza o texto.
A Rocky Mountain, que edita e publica a Go Outside, e seus colaboradores — todos colegas de trabalho de Erika nos últimos anos —, apoiam com entusiasmo a iniciativa de batizar a ciclopassarela com seu nome.