Convenhamos: quem gosta de ter desarranjo intestinal ou aquela dor de barriga durante uma viagem? Ninguém, né?
Em geral, aventureiros estão acostumados a se deparar com um problema sério que pode levar à morte em questão de dias ou horas se não resolvido a tempo: encontrar uma fonte de água pura ou potável para se manter vivo em ambientes outdoor diversos.
Isso pode ser algo simples caso você dê a sorte de estar perto de um rio limpo ou fonte. Mas pode ser uma tarefa para lá de árdua em ambientes desérticos quentes, como o Saara, ou extremamente frios, como o Polo Sul.
Como saber se essa água está mesmo livre de patógenos (microrganismos que causam doenças) e pode, então, ser ingerida com segurança? Como escolher o melhor método para purificar sua água? Quem nos dera se fosse sempre possível para levar um bom filtro, desses supereficientes. Porém eles são grandes e pesados demais para um montanhista ou um trekking mais longo, especialmente quando estamos carregando toda nossa bagagem nas costas.
Quando se vai para as montanhas muitas vezes não é possível contar com o auxílio de carregadores para ajudar com o equipamento necessário para sobrevivermos. Para nossa sorte, há diversos métodos de desinfecção de água atualmente. Mas isso também causa dúvidas e, para isso, vamos analisar os principais métodos, expondo suas vantagens e desvantagens.
Antes de sair para sua expedição, é importante saber a qualidade da água que você terá que consumir. Água turva com mau cheiro e muitos sedimentos obviamente precisará de mais de um método para se tornar menos desagradável.
A melhor técnica também depende do tamanho do grupo, da fonte de água disponível e do estilo de viagem.
Para simplificar nossa vida, montei uma tabela com as principais vantagens e desvantagens de cada método. Assim, da próxima vez, você vai poder escolher com segurança o que se aplica melhor em seu caso. Leia com atenção antes de embarcar para sua próxima aventura.
>> Em situações extremas onde você foi pego desprevenido, é possível improvisar um filtro com diversos materiais, incluindo até um simples pano limpo. Já vi um filtro caseiro que funcionava muito bem feito com um pedaço de cano de PVC, um filtro de papel de café, carvão ativado e algodão.
>> Em comunidades mais carentes, uma opção é usar a tintura de iodo a 2% que custa, em média, R$ 2. Pingue 5 gotas e espere aproximadamente 1h antes de beber (não usar essa alternativa se tiver algum distúrbio de tireóide ou se estiver grávida). Se possível, depois acrescente 1 grama de ácido ascórbico (a vitamina C) para tirar o gosto ruim do iodo.
>> Se você é um velejador ou amante da água salgada, é fundamental levar também um filtro dessalinizador a bordo que seja capaz de fazer o processo de osmose reversa, o único atualmente recomendado e confiável pelo CDC (Centers for Disease Control and Prevention).
Espero que a leitura tenha sido útil e que você evite diarréias e infecções gastrointestinais daqui para frente. Se quiser sugerir um próximo tema para que eu escreva em minhas colunas, entre no meu facebook ou envie sua sugestão via Twitter! Karina Oliani é atualmente a única médica da América Latina a ter o título de especialista em Wilderness Medicine pela WMS (Wilderness Medical Society). Karina é atleta e atualmente apresenta o programa Extremos do Multishow. Site: www.karinaoliani.com.br
MIRAGEM?: Encontrar água para beber pode ser uma tarefa difícil em aventuras outdoor
Dicas:
>> Há uma nova opção no mercado chamada LifeStraw, mas é muito difícil de ser encontrado no Brasil. Há uma pessoa em Brasília que representa e vende o produto, só que por 5 vezes o valor cobrado nos EUA. Teoricamente é um produto revolucionário que mata até 99,99% dos patógenos, mas pouquíssimas pessoas já usaram e puderam me dar um feedback.
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