No esporte profissional e amador é normal que atletas apresentem inflamações, dores, ou até mesmo sintomas de ansiedade, alterações de sono e apetite – e a cannabis medicinal, quando bem ministrada por médicos, pode ser uma ferramenta de tratamento eficaz contra esses desconfortos.
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No entanto, a desinformação, o preconceito e a falta de recursos para viabilizar pesquisas clínicas são os principais entraves no Brasil e até no mundo para a utilização da planta neste segmento.
A Care Club, empresa de serviço multidisciplinar integrado de saúde, e a Tegra Pharma, farmacêutica brasileira dedicada aos usos terapêuticos da cannabis medicinal, se uniram para apoiar uma pesquisa clínica com os “Atletas Cannabis”. O objetivo do estudo, liderado por Roberto Beck, otorrinolaringologista, Doutor em Ciências pela FMUSP e integrante do corpo clínico da Care Clubé, é montar um protocolo para esportistas. Vale lembrar que, no ano passado, assistimos a primeira olimpíada com o uso liberado do CBD, um dos mais de 500 compostos da cannabis medicinal, e no fim do ano vamos presenciar a primeira Copa do Mundo com a liberação.
Profissionais das duas empresas desmistificaram algumas declarações sobre o assunto:
Mitos e verdades sobre a cannabis no esporte
1. CBD é droga: mito
Desde 2015, a Anvisa permite o acesso legal a produtos à base da cannabis medicinal no Brasil. A produção e fabricação ainda são proibidos. Os produtos são importados e ou finalizados no país. E só são vendidos com prescrição médica. Além do CBD, há outros canabinoides, como THC, CBN, CBG; e também terpenos (responsáveis pelo cheiro), flavonoides (responsável pela cor e sabor), entre outros.
2. Cannabis é doping: verdade
Até 2018, qualquer medicamento a partir de cannabis era considerado doping pela WADA (Agência Mundial Antidoping). Desde então, a agência tirou da lista do doping apenas o CBD isolado. O uso recreativo da cannabis e medicamentos com outros canabinoides são considerados doping. No entanto, em 22 de setembro de 2022, a WADA publicou uma revisão, aumentando a tolerância de THC (tetrahydrocannabinol), em fase de competição de 15 microgramas por milímetro de urina, para 150 microgramas, mesmo sem existir comprovação científica que o THC melhore a performance dos atletas. A regra se dá para manter o “espírito olímpico”.
“Os benefícios da utilização da cannabis medicinal são indiretos, com menos dor e dormindo melhor o atleta, consequentemente, terá um sistema imunológico melhor, ficará menos doente, e a performance melhorará. Estará em equilíbrio”, destaca Beck.
3. CBD tem efeito psicotrópico: mito
Quando usada recreativamente por adultos, a maconha, por causa do THC, altera a consciência, promovendo a euforia. Mas isso não ocorre na forma de medicamento.
4. O CBD dá sono: verdade
Uma das indicações do CBD é o tratamento da insônia, a depender da dose e tipo de fitocanabinóide utilizado.
5. CBD é em cápsulas: verdade
Os produtos derivados de Cannabis podem ser em forma de gotas (óleo), Roll On (dor muscular ou articular), loção (superfícies lesionadas) e cápsulas.