Atravessar a lendária Passagem Noroeste é o desafio de Beto Pandiani em sua oitava expedição em uma catamarã sem cabine, pela terceira vez ao lado de Igor Bely.
Pandiani está agora em Cambridge Bay, um povoado de 1.300 habitantes no território de Nunavut, no norte do Canadá, onde aproveita a parada para fazer a manutenção do barco, batizado de Igloo, descansar e estudar as cartas de gelo e meteorologia para a semana que vem.
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“Cambridge Bay: tão perto e tão longe”, falou Beto sobre esta parada estratégica antes de enfrentarem o que considera a “etapa mais delicada” da Travessia. Os velejadores esperam encontrar mais gelo no caminho, ao mesmo tempo que terão mais claridade por dia.
“Amarramos o Igloo no pier de Cambridge Bay, no norte do Canadá. Que chegada suada. Hoje eu posso afirmar que o maior desafio desta viagem não é o frio, talvez nem o gelo. Eu avalio que navegar em um barco sem motor seja o grande desafio”.
Fechada pelo gelo nos últimos séculos, a Calota Polar vem recuando, intensificando o tráfego marítimo e movimentando também o tabuleiro das potências que tem seu litoral banhado pelo Oceano Ártico e acelerando disputas geopolíticas.
Mas quais serão as consequências? Será um fenômeno cíclico ou tem relação com a emissão de combustíveis fósseis? Como, e se podemos mitigar este fenômeno?
Para responder a estas e tantas outras questões o Projeto Rota Polar vai muito além da travessia, que será o ponto de partida para uma série de atividades voltadas à educação e o meio ambiente. Entre elas a produção de um documentário, elaboração de artigos e publicação de um livro que retratarão o impacto ambiental, social, econômico e cultural do rápido desgelo do Ártico.