O Ministério do Meio Ambiente divulgou uma nova edição da Lista Oficial das Espécies Brasileiras Ameaçadas de Extinção nesta semana e, pela primeira vez, a tartaruga-verde ficou fora da relação. Na nova lista, três espécies de tartaruga marinha também registraram melhora de situação.
+ Um terço das árvores do mundo estão ameaçadas de extinção
De acordo com o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), o Brasil concentra de 15% a 20% da diversidade biológica do planeta e está no topo dos 17 países megadiversos, que abrigam cerca de 70% das espécies em todo o mundo.
Entre as espécies da fauna, 1.249 foram consideradas ameaçadas, das quais, 358 estão criticamente em perigo, categoria de maior risco atribuído. Além disso, 425 foram listadas como em perigo e 465 como vulneráveis. Há ainda uma ave considerada extinta na natureza: o mutum-do-nordeste, que sobrevive em cativeiro em programas de conservação ambiental.
Já o Jardim Botânico do Rio de Janeiro, responsável pela pesquisa da flora, examinou a situação de 7.524 plantas. Foram listadas 3.209 espécies ameaçadas: 684 estão criticamente em perigo, 1.844 em perigo e 681 vulneráveis.
Mudanças e tartaruga-verde fora das espécies em extinção
Na comparação com a lista anterior, 280 espécies saíram e 1.462 entraram. De acordo com o MMA, as novas inclusões refletem a expansão dos estudos e a ampliação do universo de espécies avaliadas, além do amadurecimento das instituições envolvidas nesse esforço.
O esforço conta, em alguns casos, com o envolvimento decisivo do terceiro setor. O exemplo pioneiro é o do Projeto Tamar, que tem mais de 40 anos de experiência.
Em parceria com o ICMBio, instituições do terceiro setor atuam em diversas frentes de preservação das tartarugas marinhas, como resgate de animais feridos, preservação de áreas de desova, educação ambiental em comunidades praianas e orientação aos pescadores. Como resultado desse trabalho, vem sendo observada, nos últimos tempos, uma recuperação das populações. A nova lista confirma essa tendência.
Cinco das sete espécies de tartarugas marinhas que existem no mundo desovam no litoral brasileiro. Com exceção da tartaruga-verde, que saiu da lista, todas as outras visitantes da costa brasileira são consideradas ameaçadas. No entanto, três das espécies registraram mudança para categorias de menor ameaça: a tartaruga-oliva e a tartaruga-cabeçuda passaram para o status vulnerável, deixando de estar em perigo. Já a tartaruga-de-pente passou de criticamente em perigo para em perigo, enquanto a tartaruga-de-couro se mantém como criticamente em perigo.
Conforme nota divulgada pelo ICMBio, a nova listra mostra que 220 animais tiveram melhora no estado de conservação, dos quais 144 deixaram a relação e 76 mudaram para categorias de menor risco.
Entre as espécies da flora que registraram melhora, está uma planta do gênero Acritopappus, típica da Chapada Diamantina. Uma reavaliação a tirou da categoria de criticamente em perigo e a transferiu para em perigo. O mesmo ocorreu com o faveiro-de-wilson, uma árvore encontrada em áreas de Mata Atlântica e Cerrado de Minas Gerais.