Um ano sem Andy


COLEGAS DE TRABALHO: Kelly Slater (esq.) e Andy Irons

Hoje faz um ano que o mundo do surf perdeu o primeiro cara que superou Kelly Slater dentro d’água. Lembro-me das vitórias de Andy Irons no Hawaii, durante os Pipeline Masters de 2005 e 2006. O primeiro, o local do Kauai levou em cima do aussie Mick Fanning. O segundo, venceu Slater, deixando o Careca “emputecido”. Não sai da minha mente a facilidade com que Andy entubava em Backdoor. Dropava no limite e não perdia a compostura. Mão na água, base sólida, colocação perfeita. As melhores sempre vinham pra ele.

Era bonito ver o primogênito Irons dominando o metro quadrado surfístico mais disputado do planeta. Quando aparecia na areia, fotógrafos e fãs surgiam como flanelinhas em dia de Clássico. Todos paravam para admirar o talentoso rebelde. Ano passado, quando estive nas Ilhas novamente, pude sentir na pele o quanto os locais o amavam. O sentimento de perda pairou no ar durante todo inverno. Bruce, seu irmão caçula, não escondia a tristeza, seus amigos próximos também.

Kelly Slater pode carimbar hoje seu 11º título mundial durante o Rip Curl Pro, em São Francisco, Califórnia. Quando venceu o décimo em 2010, Andy havia morrido dias antes. A notícia bombástica ajudou a ofuscar o brilho da taça de Kelly. Hoje, um ano após a morte do havaiano, Slater pode repetir a dose com mais um título. Pela segunda vez, Andy pode “incomodar” o maior campeão da história mesmo não estando mais por estas bandas. Fica aqui então a minha homenagem à Andy. Hoje é dia dele, e quem sabe de Kelly também.