A transmissão do coronavírus pela água do mar ou da piscina é irrelevante, em comparação com outras vias. No entanto, esses ambientes ainda podem ser locais arriscados para a infecção, caso haja uma aglomeração de pessoas, como é comum no verão.
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“O vírus pode ser transmitido por meio de gotículas, que vão atingir o outro se existir contato próximo entre duas pessoas, mesmo dentro da água”, explica o infectologista Alexandre Naime Barbosa, professor da Faculdade de Medicina de Botucatu (Unesp) e chefe do serviço de Infectologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu.
Se depender apenas da água do mar ou da piscina, o coronavírus não é capaz de causar mal, já que a presença do sal (no caso do mar) ou do cloro da piscina, e até mesmo das outras substâncias usadas para o tratamento da água (como o ozônio), não permitem que o vírus permaneça estável para conseguir infectar alguém.
Estudo conduzido por pesquisadores da Imperial College de Londres, na Inglaterra, confirmou essa questão. Ao analisar amostras de águas de piscina, os autores da pesquisa publicada no periódico científico Water Research demonstraram que o tratamento feito com cloro nas piscinas do Reino Unido era suficiente para reduzir a presença do vírus.
O mesmo estudo reforça, porém, que as medidas de distanciamento social, o uso de máscara e o cuidado com a própria higiene são os fatores determinantes para impedir a transmissão nesses locais.
Risco pela proximidade
Mesmo que a piscina ou o mar não sejam veículos viáveis para a sobrevivência do vírus, o SARS-CoV-2 ainda pode se dispersar pelo ar. E aí está o risco, já que durante o verão, especialmente nos meses de férias, as praias e piscinas costumam ficar cheias e com mais pessoas por metro quadrado.
Nesse cenário, qualquer conversa, espirro ou tosse podem fazer com que as gotículas ou aerossóis se espalhem pelo ambiente. “Se o local estiver com pessoas aglomeradas, mesmo que for ao ar livre, o risco existe”, afirma Naime.
No caso das piscinas, há um agravante: as com água aquecida, em geral, estão em locais fechados para manter a temperatura, o que eleva o risco de transmissão pelo ar. É fundamental que o espaço tenha boa ventilação. “A falta dela, claro, facilita ainda mais a permanência do vírus no local”, avalia o infectologista.
De acordo com o especialista, nesses ambientes, a máscara ou não é usada ou fica úmida rapidamente, o que compromete a eficácia para proteção. “Por isso, o ideal é que se mantenha o distanciamento durante as atividades e evite aglomerações”, afirma.
(Fonte: Agência Einstein)