Síndrome do intestino irritável: entenda como os alimentos podem influenciar

Síndrome do intestino irritável: entenda como os alimentos podem influenciar
Foto: Rawpixel

Das diversas condições que podem afetar o sistema digestivo, a síndrome do intestino irritável é uma das mais misteriosas, já que não se trata de uma doença, mas de um distúrbio funcional. Ela tem como principais características dor e desconforto abdominal, além do funcionamento intestinal alterado (constipação, diarreia ou alterações entre um e outro).

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“A síndrome do intestino irritável não tem cura, mas os sintomas podem e devem ser tratados. Um dos tratamentos é a mudança de hábitos alimentares”, esclarece a nutricionista clinica Gabriela Lima Vasques.

Os sintomas de intestino preso são: inchaço abdominal, irritabilidade, cólicas abdominais, náuseas e excesso de gases. Além disso, algumas pessoas podem apresentar dores e desconfortos na região do peito.

Como a alimentação pode influenciar nesta condição

É fundamental mencionar que a exclusão ou liberação de alimentos é feita de forma individual e que não existe algo que seja ruim ou bom para todos que sofram da síndrome. Mas de acordo com a nutricionista, “o baixo consumo de água e o grande consumo de alimentos industrializados podem prejudicar o funcionamento de intestino.”

O processo de alimentos industrializados retira inúmeros nutrientes, incluindo as fibras, que são principais responsáveis pelo funcionamento intestinal. Outros alimentos como: goiaba, maçã e banana, podem prender o intestino.

“As fibras que estão presentes em diversos tipos de alimentos, quando são consumidas juntamente com água, ajudam na formação do bolo fecal e facilitam a passagem das fezes ao longo do intestino”, explica Gabriela.

Alguns alimentos que podem auxiliar no sistema digestivo:

  • Cereais integrais;
  • Arroz integral;
  • Trigo em grãos;
  • Gérmen de trigo;
  • Aveia;
  • Linhaça;
  • Pão integral;
  • Legumes (de preferência com casca);
  • Hortaliças e vegetais folhosos (de preferência crus);
  • Mamão;
  • Ameixa;
  • Kiwi;
  • Uva
  • Abacaxi;
  • Além de leguminosas como feijões, ervilha, lentilha e grão-de-bico (importante fazer o processo de remolho para tirar os fitatos que causam gases).

Outra boa alternativa é evitar alimentos que contribuam para a formação de gases, já que eles são responsáveis por piorar os sintomas. Esses alimentos possuem um grupo de carboidratos chamado FODMAP.

O que é FODMAP?

O FODMAP é o nome dado para um conjunto de carboidratos osmóticos que podem ser difícil de digerir para algumas pessoas. Eles são classificados como oligossacarídeos, dissacarídeos, monossacarídeos e polióis.

“Uma dieta LOW FODMAP retira uma grande quantidade de alimentos, e o indicado é que essa dieta dure de 4 a 6 semanas, para aliviar os sintomas e identificar os alimentos que causam os sintomas”, conta a nutricionista.

Para esse tipo de dieta são retirados alimentos que contém:

  • Lactose;
  • Glúten;
  • Leguminosas, como feijão e grão-de-bico;
  • Frutas como abacate, maçã, manga e melancia.

“Por se tratar de uma dieta muito restritiva, é essencial o acompanhamento de um nutricionista para evitar carências nutricionais e avaliar a necessidade de suplementação. Depois de um tempo alguns alimentos são reintroduzidos, assim que bem tolerado pelo paciente”, explica.

No geral, indica-se comer a cada três horas e prestar atenção aos sintomas. Caso o intestino fique preso, a quantidade de fibras deve ser incrementada. O espinafre pode ser um ótimo aliado para essas ocasiões.

Mas caso houver um quadro de diarreia após as refeições, é importante ter um equilíbrio das fibras em cada prato, fazendo um aporte de vitaminas e minerais através de frutas, por exemplo, até que o funcionamento intestinal se regularize.

Cuide das emoções

A principal fonte da síndrome do intestino irritável está ligada ao emocional, que se trata de uma alteração na funcionalidade do aparelho digestivo ligado à fatores neuropsicológicos.

As indicações dos especialistas é que, junto com o tratamento dos sintomas, os pacientes devem procurar um apoio de um psiquiatra para lidar com o estresse, depressão ou ansiedade, por exemplo.

O diagnóstico é feito por um médico a partir dos sintomas relatados pelo paciente. Dessa forma, o médico conseguirá montar um esquema de tratamento, já que a síndrome do intestino irritável não tem cura. Os medicamentos prescritos são apenas para aliviar os incômodos e é necessário sempre ficar de olho na alimentação.