Pelo bem do mercado nacional?

Se você se surpreender com o aumento dos preços na sua bicicletaria preferida, não se assuste: a elevação faz parte de uma bizarra medida para (sim, é sério) desenvolver o mercado brasileiro. Por essa medida, pneus, bikes e outros cinco produtos ligados ao setor foram incluídos recentemente na lista de exceção à Tarifa Externa Comum (TEC) pela Câmera de Comércio Exterior (Camex) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).

Mas o que isso significa? Quando um produto é incluído na lista TEC, ele pode sofrer uma redução ou um aumento do imposto de importação. No caso, para a tristeza de quem ama bike e ciclismo, os sete produtos incluídos a lista tiveram suas tarifas elevadas. O aumento da taxa é reflexo da preocupação do governo e da indústria nacional com importações crescentes e setores específicos afetados pela importação. E, em vez de a indústria correr atrás do prejuízo, investir em pesquisa e tecnologia e batalhar para oferecer produtos tão ou mais atraentes quantos os importados, ela apela ao governo para que as tarifas de importação crescam e tornem muito mais caros os produtos ao consumidor final.

De acordo com o site do MDIC, o imposto de importação das bicicletas passou de 20% para 35%. Já os pneus passaram de 16% para 35%.

Apesar de a intenção ser de valorização da competitividade nacional, para muitos essa não é a melhor solução. “O preço dos importados pode aumentar, mas enquanto o mercado nacional não investir em desenvolvimento não existirá essa competição, porque os produtos de fora ainda são melhores”, afirma Gustavo Astolphi, da loja Pedal Urbano, em São Paulo.

Resumindo, enquanto a indústria nacional não cresce o suficiente para competir com os importados de igual para igual, você terá de gastar muito mais para renovar os pneus ou até mesmo desencanar, por enquanto, do sonho de comprar aquela bike nova. Valeu, governo brasileiro!


É MOLE?: Em vez de investir em tecnologia, decidiram aumentos os preços