WASHINGTON (Reuters) – O Departamento de Estado dos EUA informou nesta quarta-feira que emitiu o primeiro passaporte norte-americano com um marcador de gênero “X” voltado para dar às pessoas não binárias, intersexuais e de gênero não conformes uma opção diferente de homem ou mulher em seu documento de viagem.
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O secretário de Estado Antony Blinken anunciou em junho que o “X” seria oferecido como opção em passaportes, seguindo outros países, incluindo Canadá, Alemanha, Austrália e Índia, que já oferecem um terceiro gênero em documentos.
O porta-voz do Departamento de Estado, Ned Price, disse em um comunicado que os Estados Unidos estavam agindo no sentido de adicionar o marcador de gênero “X” como uma opção para aqueles que solicitam passaportes norte-americanos ou relatórios consulares de nascimento no exterior.
Price não identificou o titular do primeiro passaporte de gênero “X”, mas a organização de direitos civis Lambda Legal disse que seu cliente Dana Zzyym foi o destinatário.
“Quase comecei a chorar quando abri o envelope, tirei meu novo passaporte e vi o ‘X’ carimbado corajosamente no ‘sexo’”, disse Zzyym, um veterano intersexual e não binário da Marinha dos EUA, em um comunicado na quarta-feira. “Demorou seis anos, mas ter um passaporte correto, um que não me obrigue a me identificar como homem ou mulher, mas reconheça que não sou nenhum dos dois, é libertador.”
Zzyym, que usa pronomes de gênero neutro, nasceu com características sexuais ambíguas. A Lambda Legal disse no comunicado que Zzyym passou por várias “cirurgias irreversíveis, dolorosas e medicamente desnecessárias” depois que seus pais decidiram criá-lo como um menino.
Após servir na Marinha dos Estados Unidos e frequentar a Colorado State University, Zzyym percebeu que havia nascido intersexo, de acordo com o comunicado.
(Reportagem de Simon Lewis, em Washington, e Maria Caspani, em Nova York)