Nuvens que mais se parecem com tornados estão sendo estudadas como por pesquisadores da base polar Esperanza, da Argentina, na Antártida: em imagens do fenômeno divulgadas nesta semana pelo Sistema Meteorológico Nacional argentino, as formações afuniladas, que na verdade são conhecidas oficialmente como nuvens lenticulares, chamaram a atenção do mundo e despertaram imensa curiosidade.
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De forma geral, as nuvens se formam de gotículas de água em estado líquido e de gelo – que ficam suspensas na atmosfera após passarem pelo processo de condensação. No caso do fenômeno das nuvens lenticulares, associadas a fluxos estáveis da atmosfera, a formação se dá a partir de um mesmo ponto de origem, o que lhes dá a aparência semelhante a um funil.
Fenômeno típico em regiões extremante altas do planeta, essas nuvens se formam entre 6 e 12 mil metros de altitude, por isso são mais comuns em áreas com cadeias montanhosas ou cordilheiras.
Também caracterizadas por se formarem a partir da ocorrência de ventos fortes em altas altitudes, essas formações são diferentes das nuvens convencionais porque passam pelo processo de condensação de maneira diferente: quando o ar encontra um obstáculo, como a cadeia montanhosa ou uma cordilheira, ele ‘sobe’, e então se condensa de uma única vez, dando origem às nuvens lenticulares.
De acordo com o Sistema Meteorológico Nacional argentino as imagens registradas são do dia 37 de setembro, e novas informações sobre o fenômeno, sua formação, aparência e até possível consequências ao ambiente local devem ser divulgadas nos próximos dias.
Recentemente, nuvens lenticulares que mais pareciam discos voadores foram avistadas sobre a Cidade do Cabo, na África do Sul. Localizado em uma região montanhosa, o país tem um tipo de geografia propícia para o fenômeno.
Na ocasião, meteorologistas explicaram que o ar fluido subiu em direção às montanhas e, ao passar por elas, sofreu um rápido processo de condensação ao entrar em contato com gotículas de água e de gelo, formando as nuvens de aparência curiosa.