Fukushima fará túnel para despejar água radioativa tratada no oceano

Por Redação

Fukushima fará túnel para despejar água radioativa tratada no oceano
Imagem: Unsplash

Operadores da usina nuclear japonesa de Fukushima anunciaram nesta quarta-feira (23) planos para construir um túnel submarino para liberar mais de um milhão de toneladas de água radioativa tratada no oceano. As informações são do Guardian.

+ A água dessa lagoa na Argentina está rosa; entenda o motivo
+ Agora há cinco oceanos na Terra, diz National Geographic Society

O governo do Japão decidiu em abril que iria liberar a água acumulada em dois anos. Os ministros dizem que a liberação é segura porque a água terá sido processada para remover quase todos os elementos radioativos e será diluída. Mesmo assim, a decisão provocou uma reação negativa dos países vizinhos e uma forte oposição das comunidades pesqueiras locais.

A Tokyo Electric Power Co (Tepco) disse que começaria a construir o túnel em março de 2022, após realizar estudos de viabilidade e obter a aprovação das autoridades.

O túnel terá 1 km de extensão, diâmetro de cerca de 2,5 metros e se estenderá a leste, no Pacífico, com tanques contendo cerca de 1,27 milhão de toneladas de água tratada. Isso inclui a água usada para resfriar a usina, que foi danificada depois de entrar em colapso após o tsunami de 2011, bem como a água da chuva e as águas subterrâneas que vazam diariamente.

Um extenso sistema de bombeamento e filtragem extrai toneladas de água recém-contaminada todos os dias e filtra a maioria dos elementos radioativos, mas as comunidades pesqueiras temem que a liberação de água prejudique anos de trabalho.

Um oficial da usina de Fukushima, Akira Ono, disse que liberar a água através de um túnel ajudaria a evitar que ela voltasse para a costa.

“Vamos explicar detalhadamente nossas políticas de segurança e as medidas que estamos tomando contra danos à reputação, para que possamos dissipar as preocupações das pessoas envolvidas na pesca e outras indústrias”, afirmou.

O primeiro-ministro, Yoshihide Suga, chamou o descarte de água de uma “tarefa inevitável” no processo de décadas de desativação da usina nuclear. O debate sobre como lidar com a água se arrasta há anos, à medida que o espaço para armazená-la no local se esgota.

O processo de filtração remove a maioria dos elementos radioativos da água, mas alguns permanecem, incluindo o trítio. Especialistas dizem que o elemento só é prejudicial aos seres humanos em grandes doses e com a diluição, a água tratada não apresenta nenhum risco cientificamente detectável.