Com show dos brasileiros e ouro do jovem australiano Keegan Palmer, terminou na madrugada dessa quinta, 5/8, em Tóquio o skate park olímpico. Pedro Barros, 26, terminou com a prata; Luiz Francisco – o Rato – andou muito e ficou em quarto (muitos acharam que ele merecia o terceiro) e Pedro Quintas, que caiu nas três voltas finais, terminou na 8ª colocação.
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Com a medalha de prata pendurada no pescoço, Pedro manteve seu discurso de que o resultado em Tóquio importa menos do que a mensagem que pode passar o skate olímpico.
“Essa medalha foi simplesmente um detalhe, um souvenir. Essa experiência que a gente leva para a vida é muito maior e muito melhor do que qualquer objeto material. Foi um campeonato de skate, algo que a gente faz a vida inteira. [Mas] tivemos oportunidade de levar o esporte para uma das maiores plataformas do mundo, as Olimpíadas, e passar uma mensagem maravilhosa. Isso, para mim, é maior do que qualquer título que ganhei, muito maior do que tudo que eu fiz na minha vida,” disse Barros.
É ilustrativo que Palmer, 18, já tenha se hospedado na casa do brasileiro para uma competição quando tinha nove anos. Nesse encontro olímpico, superou aquele que já foi o maior nome do esporte, recebendo seu reconhecimento.
“Eu sei o que sou no skate, e o que ele estava fazendo é coisa de outro mundo. O moleque realmente levou para outro patamar, e acho que ele nem fez tudo o que tinha para fazer. Ele levou o skate para um novo nível e é assim que a gente evolui,” contou Barros.
Pedro Barros nasceu em Florianópolis e cresceu no bairro Rio Tavares, que se transformou em uma comunidade de skatistas e surfistas na capital de Santa Catarina.
Seu talento precoce o levou a se profissionalizar aos 13 anos. Em 2009, surgiu para o mundo com o terceiro lugar nos X-Games, evento que conquistou por seis vezes entre 2010 e 2016.
Em 2018, com a modalidade já inserida no programa olímpico, foi campeão mundial de park na China. Pedro afirma que não fez sacrifícios durante o período em que se preparou para estrear nos Jogos Olímpicos.
“Eu me divirto. Ando de skate diariamente, eu vibro nessa essência. Estou aqui como um atleta olímpico, mas vivendo como um skateboarder,” disse Barros.
Em meio ao seu ciclo olímpico, Pedro Barros foi um dos que disseram que os Jogos teriam mais a ganhar com o skate do que o contrário. Passada a competição, ele tem a expectativa de que o evento produza impacto positivo para o seu esporte.
“O que eu espero que o skate leve das Olimpíadas é a estrutura, ter mais pistas, mais skate para casas de crianças que não têm condições, mais união e amor até dentro da nossa comunidade.” E o que as Olimpíadas levam do skate? “Aí não sei. Vocês vão saber depois que ela acabar.”
As Olimpíadas de Tóquio encerram-se neste domingo, 8/8. Nos Jogos de Paris-2024, as provas de skate terão novamente as modalidades street e park. A disputa será realizada em uma estrutura para os chamados “esportes urbanos”, localizada na Praça da Concórdia.