Equipe Celebration completa metade da prova e avança na RAAM

Por Verônica Mambrini

Raam celebration

A equipe brasileira, a Celebration Brazilian Team, já completou a primeira metade da RAAM, a Race Across America. A prova de revezamento largou no sábado, 19 de junho, e as ciclistas Luciana de Luca Vinocur (49 anos), Juliana Rossi Santos (46 anos), Simone de Luca Ribeiro do Valle (45 anos) e Daniela Genovesi (53 anos), que já completou outras RAAM, segue bem e sem baixas.

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“Estamos no Kansas, terra dos twisters. O tempo está sendo até bem razoável, com bastante vento a favor. Foi assim na Califórnia, foi assim no Arizona, e as temperaturas não estavam muito baixas na subidas das Rocky, ali no Colorado, o que ajudou muito”, conta Chris Kittler, que coordena a logística da equipe. Um trecho do percurso teve que ser cancelado por causa de um incêndio. A equipe deu sorte: conseguiu se adiantar um pouco ao subir as montanhas do Colorado durante o dia, quando seria o maior pico de frio. “O vento ronda: vem de frente, de lado, às vezes de trás, mas de forma geral tem sido ruim”, marca Chris. 

Nos trechos de deserto, o clima era de calor extremo. “A descida para Borrego Springs chegou a 48ºC, e no Arizona não foi diferente”, conta. Até agora, as ciclistas da Celebration estão indo bem, fazendo uma média de 28 km/h, uma meta até mais ousada do que o planejado. “Elas estão se excedendo, e o vento a favor ajudou bastante. O clima entre elas é muito bom”, conta o diretor da 7Sherpas. 

A equipe da Celebration está animada e entrosada – é claro que o cansaço e a privação de sono pegam em alguns momentos. Essa é a única certeza em uma prova de endurance como a RAAM. “Eu e o Rodrigo Tomé, o chefe de equipe, temos conversado bastante sobre como a gente pode melhorar isso para as próximas e fazer o staff sofrer menos, porque isso reflete nos atletas e vira um ciclo de ação e reação”, conta.  

De acordo com o organizador da logística, o maior desafio já foi vencido, que é administrar a ansiedade do início. Numa prova deste porte, errar o pace no começo e exagerar cria o risco da conta chegar depois. Outro desafio é o calor, principalmente nos trechos desérticos. “Pedalar num ritmo forte num caldeirão de 48ºC é uma fórmula para o desastre. Essa equipe está junta pela primeira vez, então tem seu tempo para entrar no ritmo”, aposta Chris. 

Na segunda metade da prova, haverá um divisor de águas, que é a subida dos Apalaches, depois de tantos quilômetros em planície. “Você fica com aquilo na cabeça: depois de tantos quilômetros no plano, saber que tem que escalar uma cadeia desse porte. Lidar com o vento que está rolando aqui: se ele vem contra, fica assim muito tempo. As paisagens são parecidas, então às vezes parece que você está pedalando no mesmo lugar, é um jogo mental com você mesmo”, diz o staff.