Vídeo: com apenas 2 cm, nova espécie de sapo dourado é descoberta em SP

Nova espécie de 'sapo de ouro', com 2cm, foi encontrada na Serra da Mantiqueira
Nova espécie de 'sapo de ouro', com 2cm, foi encontrada na Serra da Mantiqueira

Uma nova espécie de espécie de sapo pingo de ouro de 2cm, ou Brachycephalus rotenbergae, foi descoberta e catalogada por pesquisadores o projeto Dacnis, em parceria com o herpetólogo Ivan Nunes, da Universidade Estadual Paulista (UNESP), na região de São Francisco Xavier, na Serra da Mantiqueira.

“O novo sapo-pingo-de-ouro, se comparado com a espécie B. Ephippium (como era conhecido antes), é menor. Ele tem entre 1,4 e 1,7 centímetros enquanto os outros têm cerca de dois. Também possuem, entre outras diferenças, uma coloração acinzentada nas costas e uma placa óssea distinta. A distância genética entre elas é de 3%”, disse ao G1 Edelcio Muscat, coordenador de pesquisa da ONG Projeto Dacnis, uma organização sem fins lucrativos que visa, através da educação, recuperar e proteger a natureza.

Com a descoberta do sapo de 2cm na Serra da Mantiqueira, o Brasil soma um total de 37 espécies de sapos-pingo-de-ouro para a lista de anuros nacionais. Todos esses são animais endêmicos da Mata Atlântica, possuem maior atividade diurna e não são venenosos.

O novo “sapo-de-ouro-da-mantiqueira” tem a cor geral do corpo laranja brilhante e olhos completamente negros. Uma curiosidade é que foi descoberto recentemente que alguns sapos-pingo-de-ouro são incapazes de escutar os próprios parceiros. Ou seja, a comunicação visual, segundo os pesquisadores, pode ser importante para a conservação do canto.

Para Muscat, a  maior importância de descobrir espécies novas é poder utilizar dados inéditos para ações de conservação. “Para mim não é mais uma espécie, é mais um motivo que me leva buscar a conscientização e a conservação daquela área onde o animal foi encontrado”, explica.

O biólogo ressalta também a importância emocional do reconhecimento para a população de pessoas que vivem no mesmo local do animal.

“Eu nasci em São José dos Campos e esse sapo foi o primeiro bicho que eu encontrei em uma área de proteção da cidade, já que ele é bem abundante. Só que na época eu ainda estava na faculdade e nem suspeitava que poderia ser uma espécie desconhecida pela ciência. Ter participado desse trabalho foi muito importante para mim, e um processo científico muito prazeroso”, contou Matheus Moroti, parceiro de Muscat no projeto.