Amazônia: área desmatada bate recorde e equivale ao Rio de Janeiro

IMAZON divulgou que desmatamento na Amazônia bateu novo recorde em maio
IMAZON divulgou que desmatamento na Amazônia bateu novo recorde em maio
O Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), divulgou um levantamento nesta quarta-feira mostrando que desmatamento na Amazônia Legal bate recorde no mês de maio: os 1.125 km² equivalem ao tamanho da cidade do Rio de Janeiro. O número é o maior da série histórica para o mês nos últimos dez anos, de acordo com o instituto e com informações do jornal O Globo.

Essa é a terceira vez consecutiva que o desmatamento na região da Amazônia bate o recorde em dez anos. Em comparação a 2020, a área desmatada é 70% maior. Quem monitora a região da Amazônia Legal é o Sistema de Alerta do Desmatamento (SAD), desenvolvido pelo Imazon e que utiliza imagens de satélites.

Antônio Fonseca, pesquisador do Imazon, disse a O Globo que esse ritmo de aumento do desmatamento é preocupante principalmente devido ao período em que ocorre:

“Isso é bastante significativo, principalmente porque está ocorrendo no período chuvoso na região amazônica, que, historicamente, tem tendência de ter áreas desmatadas bem menores comparando com o verão amazônico. No período chuvoso, o acesso à floresta é mais difícil”, explica Fonseca.

O levantamento aponta, ainda, que  Pará e Amazonas foram, respectivamente, os estados que mais desmataram. Juntos, eles somaram 688 km² de desmatamento em maio, o que corresponde a 60% do total detectado na região amazônica. A área equivale ao tamanho da cidade de Salvador.

O terceiro estado que mais desmatou em maio foi o Mato Grosso (20%), seguido de Rondônia (12%), Acre (4%), Maranhão (3%) e Roraima (1%).

O calendário do desmatamento considera o período entre agosto de 2020 e agosto de 2021, mas o aumento com relação ao período anterior já é muito superior, de acordo com Fonseca.

“Quando olhamos o acumulado nesse período de dez meses (julho a maio), o desmatamento já é superior em 14% em relação aos 12 meses do calendário anterior, e ainda faltam junho e julho para fechar o ciclo, meses que são críticos”, diz.