O trem que descarrilou em Victoria, na Austrália, no ano passado, matando duas pessoas e ferindo gravemente outras oito, estava viajando a mais de oito vezes o limite de velocidade após uma mudança no limite estabelecida no dia anterior, concluiu um relatório provisório do acidente divulgado nessa quinta-feira (10).
O veículo que ia de Sydney a Melbourne descarrilou perto de Wallan em 20 de fevereiro de 2020. Na época, o sindicato Rail, Tram and Bus levantou preocupações sobre as condições daquela parte da via, que estava em manutenção. A corporação disse que os motoristas do serviço de trem regional de Victoria, VLine, se recusavam a dirigir no trecho, de acordo com The Guardian.
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Um relatório provisório da investigação do acidente concluiu que o trem entrou em um loop em Wallan viajando a quase 130 km/h, apesar do limite de velocidade de 15 km/h, em uma seção redirecionada da via.
Um dia antes do descarrilamento, a Australian Rail Track Corporation (ARTC) reconfigurou manualmente os trilhos em Wallan para desviar os trens através de um loop. O limite de velocidade foi reduzido do limite usual de 130km/h para 15km/h no trecho do loop e 35km/h fora dele.
A mudança do limite de velocidade foi informada em um aviso emitido pela ARTC em 19 de fevereiro.
A análise do gravador de dados do trem mostrou que o veículo entrou no circuito em alta velocidade. O motorista havia freado entre 50 e 150 metros antes, mas o trem não conseguiu fazer o desvio para a linha do loop de travessia nesta velocidade e descarrilou.
Os motoristas John Kennedy, de 54 anos, e Sam Meintanis, de 49, morreram no acidente. Oito pessoas ficaram gravemente feridas e outras 58 tiveram ferimentos leves.
Um relatório completo sobre o descarrilamento deve sair apenas em 2022.
“É importante não tirar conclusões das informações factuais detalhadas neste relatório, pois ainda há um corpo significativo de trabalho de análise adicional antes de concluir esta investigação”, disse o comissário-chefe do órgão que investiga o caso, Greg Hood.