Covid-19: Jogos Olímpicos podem causar nova variante, diz médico

Líder do sindicato médico do Japão afirma que Jogos Olímpicos podem causar uma nova variante de Covid-19
Líder do sindicato médico do Japão afirma que Jogos Olímpicos podem causar uma nova variante de Covid-19 - Reprodução - IOC

A preocupação com a realização dos Jogos Olímpicos continua, e agora o risco, segundo médicos e especialistas, é que o evento possa causar uma nova variante de Covid-19.

De acordo com Naoto Ueyama, líder do sindicato dos médicos do Japão, manter a estreia dos Jogos Olímpicos, marcada pode dia 23  de julho, pode significar “uma tragédia”. O especialista concedeu entrevista coletiva nesta quinta-feira (27) reforçando sua recomendação, e de outros profissionais de saúde, de que a competição seja mais uma vez adiada – ou cancelada.

O principal argumento é o de que milhares de pessoas de mais de 200 países em um mesmo lugar torna o iminente surgimento de uma nova cepa da Covid-19. “As cepas mutantes do vírus que existem em diferentes lugares serão concentradas e reunidas aqui em Tóquio. A possibilidade de os Jogos Olímpicos causarem uma nova variante do vírus  não pode ser negada” – disse Ueyama.

O Comitê Olímpico Internacional e as autoridades japonesas seguem confirmando que não haverá alteração no calendário, a menos de dois meses para o início dos Jogos – mesmo com pesquisas e abaixo-assinados mostrando que a opinião pública está contra a realização dos Jogos, em Tóquio.

O país segue em estado de emergência, decretado em diversas regiões onde os casos de infecção por Covid-19 continuam sendo registrados. Existem dados mostrando que esses números começam a apresentar queda, mas não o suficiente para relaxar medidas de contenção, destacou, também, Ueyama. A média diária que, no início de mês era de 6.500 casos, agora está um pouco acima de quatro mil.

A expectativa inicial era de que o Japão, neste momento, tivesse um maior número de pessoas sendo imunizadas, mas o andamento da distribuição da vacina até agora tem sido muito mais lento do que em outros países. Até a segunda quinzena de maio, o país administrou apenas 4,4 milhões de doses para uma população que chega a 126 milhões de pessoas.