Sem carne, sem medo, sem limites: há mais de 15 anos alimentando-se apenas de vegetais, a escaladora Steph Davis ainda está disposta a provar que atletas podem ser veganos, e que essa é uma prática que faz bem para o próprio corpo, para os animais e para o planeta.
A norte-americana vive na constante busca pela simplicidade, e por isso tenta sempre compreender a diferença entre o que é essencial e o que é excessivo em sua vida. Uma lição foi tirada da escalada, esporte que começou a praticar em 1991, na época em que cursava literatura na Universidade de Maryland (EUA), e nunca mais parou – hoje, ela é considerada uma das mais importantes escaladoras do mundo, com difíceis ascensões em free solo (sem corda de segurança).
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Outro aprendizado veio do veganismo. Em 2002, em busca de um novo estilo de alimentação que colaborasse com sua performance, ela passou a seguir uma dieta baseada exclusivamente em vegetais. Na época, esse não era um hábito comum, e seus amigos tentaram fazê-la desistir da ideia. Segundo Steph, porém, não faltaram motivos para seguir em frente na decisão. “No começo, foi uma questão de saúde, mas logo notei um grande avanço no meu desempenho”, garante. “Depois percebi também que deixei de patrocinar uma indústria cruel.”
Hoje Steph vive em paz em uma pequena casa em Moab, no estado de Utah, a cinco km de alguns dos melhores picos de escalada e base jump do mundo. Tornou-se uma das atletas mais respeitadas no mundo outdoor porque, além de suas marcas nos esportes, é uma grande incentivadora do estilo de vida simples: desfruta de uma rotina que consiste, entre outras coisas, levar sua cadela blue heeler Cajun para passear nas montanhas e compartilhar receitas de vegetais refogados nas redes sociais. Aos 42 anos, ela ainda acredita que o veganismo pode salvar o mundo.
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“Quando decidi me tornar vegana, todos os escaladores que eu conhecia me diziam que essa seria uma péssima opção. Depois de duas semanas, no entanto, me sentia muito melhor em relação a outras dietas que eu tentara antes. Posteriormente descobri como os animais são tratados para fornecer produtos de sua origem para o consumo humano, e decidi que nunca mais patrocinaria aquilo.”
“Depois que me tornei vegana, escalei em livre a via The Nose, no El Capitan, no Yosemite, em um dia. Também no El Capitan, escalei a Salathé Wall no mesmo estilo, e fiz a primeira ascensão de um dia da Torre Egger, na Patagônia argentina. Nada foi por acaso. Percebi claramente o meu progresso.”
“A maioria dos ambientalistas concorda que se tornar vegano é uma das melhores coisas que as pessoas podem fazer para proteger o meio ambiente. Independentemente disso, acho que temos que ser mais humildes em relação ao planeta, e não pensar que tudo o que existe aqui é nosso, que temos o direito de usar e destruir apenas porque, infelizmente, somos capazes disso.”
A revista Hardcore também listou surfistas que são atletas veganos. Entre eles, estão John John Florence, Rob Machado e Alana Blanchard.