Com 150 expedições subaquáticas e inúmeras descobertas científicas significativas durante mais de seis décadas de exploração do oceano no currículo, o oceanógrafo Robert Ballard está lançando um novo livro de memórias, “Into The Deep”. Na publicação, além de destacar pontos memoráveis de sua via e carreira, Ballard fala do que – reconhece – é o trabalho pelo qual sempre será reconhecido: a descoberta do Titanic.
Ballard, prestes a completar 79 anos, considera este o momento perfeito para o lançamento do livro, escrito com a ajuda do jornalista investigativo do New York Times Christopher Drew: com a pandemia e sem a possibilidade de ir ao mar, teve tempo de sobra para contar sua história, incluindo momentos marcantes de sua vida pessoal como a morte trágica do filho.
Passando pela infância – aos 12 anos, Ballard decidiu que se tornaria não somente um oceanógrafo, mas também um oficial da Marinha, inspirado por e Júlio Verne “Vinte Mil Léguas Submarinas” – até se formar em química e geologia, com Mestrado em geofísica pela Universidade do Havaí, chegando a convocação para a guerra: o livro traça a trajetória de um homem comum, mas com sonhos extraordinários.
Mais tarde e já reconhecido profissionalmente, passou grande parte dos anos 1970 explorando o oceano em Alvin, chegando a 2.750 metros para explorar a Cadeia do Atlântico Médio, e fazendo parte da expedição de Galápagos.
Já reconhecido profissionalmente, Ballard se juntou ao time que teria a tarefa de tentar localizar o Titanic, famoso navio de passageiros britânico que naufragou no Oceano Atlântico Norte em 15 de abril de 1912.
Embora Ballard admita que nunca foi um “fanático do Titanic”, ele ficou obcecado em encontrar os destroços depois de testemunhar várias tentativas malsucedidas de outros exploradores. Em 1 de setembro de 1985, eles perceberam que haviam localizado destroços do navio naufragado que atingiu um iceberg na costa de Newfoundland durante sua viagem inaugural.
No livro, Ballard relata as emoções da descoberta, a sensação de desenterrar o que seria a prova cabal e visual da tragédia, que causou a morte de mais de 1.500 pessoas, e o que chama de “carnaval feio” feito em cima ha história do Titanic, que se seguiu quando a localização dos destroços foi tornada pública e “os investidores viram cifrões”.
Depois do Titanic, Ballard assumiu a missão de descobrir os restos do barco de patrulha de John F. Kennedy na Segunda Guerra Mundial, o navio de guerra alemão Bismarck, e vários navios antigos no Mar Negro. Em 2019, Ballard liderou uma expedição com a missão de resolver o mistério do desaparecimento da aviadora Amelia Earhart e seu navegador Fred Noonan em 1937. Não teve sucesso na época, mas afirma que o projeto deve ser retomado em breve.
O navio de pesquisas de 64 metros de Ballard é chamado Nautilus em homenagem ao navio subaquático do Capitão Nemo na clássica história que o inspirou a “sonhar grande”.
Ele e sua equipe de exploradores costumam transmitir seus encontros ao vivo enquanto conduzem a exploração científica do fundo do mar com veículos subaquáticos.
“Into the Deep”, auto-biografia de Ballard, tem lançamento previsto para o dia 11 de maio.