Em 7 de fevereiro de 2021, o alpinista belga Sean Villanueva O’Driscoll completou 40 anos. Ele escolheu um estilo bem peculiar de comemoração: foi escalar. Nos dias seguintes, Sean atingiu também um outro marco, com uma escalada de respeito: uma escalada solo, a Travessia do Fitz Roy na Patagônia.
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A primeira ascensão da rota Travessia do Fitz Roy foi em 2014, e feita por Tommy Caldwell e Alex Honnold. Além de fazer em solitário, Sean decidiu fazê-la ao contrário. “Não posso deixar de me perguntar se não é simplesmente a subida mais impressionante já feita na Patagônia em geral. Acho que muitas escaladas são de natureza tão diferente que é difícil comparar. Mas, em qualquer caso, como alguém que solou todos esses picos (separadamente), e como alguém que geralmente está muito familiarizado com o terreno, é difícil até imaginar a logística de atravessar todo aquele terreno sozinho”, comentou o alpinista Colin Haley, que também fez a ascensão dos picos, mas um por vez.
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A via Fitz Traverse é uma linha que percorre a linha de montanhas do Cerro Fitz Roy (3.359 m) e seus seis picos satélites. São picos emblemáticos e mágicos para a escalada, com tempo instável, muita rocha solta, aproximação desafiadora e vias inacreditáveis.
Em seu perfil de Facebook Sean Villanueva O’Driscoll agradeceu escrevendo “Obrigado a todos pelos desejos de aniversário! Para comemorar meu aniversário, eu comi os SETE bolos, alguns com cobertura, e alguns acompanhamentos extras!!!!”
O’Driscoll começou a escalada esportiva na Bélgica aos 13 anos e progrediu para escalada tradicional e livre em grandes paredes. Ele desenvolveu uma afinidade com objetivos gigantescos e paredes virgens em locais remotos e inóspitos: Patagônia, Paquistão, Ilha Baffin, Groenlândia.
A coragem e a visão notáveis de O’Driscoll são acentuadas por sua leveza nas montanhas – você sempre pode encontrá-lo tocando flauta irlandesa em seu tempo livre durante as expedições – aliás, bom humor dos seus vídeos é viciante.
O’Driscoll recebeu um Piolet d’Or para uma expedição de 2010 à Groenlândia junto com seus parceiros Nicolas Favresse, Oliver Favresse e Ben Ditto. A equipe estabeleceu nove novas rotas de grande parede, a maioria das quais foram iniciadas a partir de um veleiro apelidado de “Dodo’s Delight”. Em 2014, a equipe voltou ao Ártico novamente no navio confiável e estabeleceu 10 novas rotas ao fazer o filme de escalada sensacional Aventuras do Dodo.
O’Driscoll também é músico e apresentou o videoclipe “Done in R1.”
Embora a notícia da subida solo de O’Driscoll da Travessia Reverse Fitz tenha acabado de ser divulgada e os detalhes sejam escassos, nós sabemos disso: ele escalou com apenas uma corda, um apito e um bolo de aniversário. Aliás, o relatório de viagem de O’Driscoll diz: “Acústica de apito muito boa nesses picos.”