O conjunto de gangorras rosas que permitiam que pessoas interagissem na fronteira dos EUA com o México ganhou o prestigioso prêmio Design of the Year.
Os criadores das gangorras na fronteira, Ronald Rael, professor de arquitetura da University of California, Berkeley; e Virginia San Fratello, professora associada de design da San José State University, tiveram a ideia pela primeira vez há uma década, após a Lei da Cerca de Segurança de 2006, que iniciou a construção em grande escala na fronteira.
Vídeos de pessoas interagindo nas gangorra de cada lado da fronteira se tornaram virais em julho de 2019. Na época, Rael disse que a instalação forneceu “um ponto de apoio literal” entre os países. A coloração rosa brilhante foi inspirada nos memoriais do feminicídio em Ciudad Juarez, que homenageiam as mulheres assassinadas na cidade.
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Eles disseram que esperam que o projeto ajude as pessoas a reavaliar a eficácia das fronteiras e incentive o diálogo em vez da divisão. “Acho que está ficando cada vez mais claro com os recentes acontecimentos em nosso país [Estados Unidos] que não precisamos construir muros, precisamos construir pontes”, disse Rael ao The Guardian.
?Congratulations? to CED Professor Ronald Rael and Virginia San Fratello who have been awarded 'Design of the Year 2020' for their Pink seesaws across US-Mexico border. @UCBerkeley @brklyartsdesign https://t.co/wmvUBYPxMX pic.twitter.com/WNUtodzkql
— UC Berkeley College of Environmental Design (@ced_berkeley) January 19, 2021
Os designers também se inspiraram em cartunistas políticos e queriam falar sobre a questão da fronteira “de uma forma muito franca, mas com humor”.
O muro de fronteira se tornou um legado para Donald Trump, no entanto, os designers apontam que tanto George W Bush quanto Barack Obama construíram grandes extensões de barreiras e deportaram milhares de pessoas.
De acordo com o US Customs and Border Protection (CBP), mais de 720 quilômetros de muro foram erguidos durante o mandato de Trump. No entanto, grande parte da construção substituiu as barreiras que já estavam no lugar. O CBP afirmou que havia apenas 128 km de barreira em áreas que anteriormente não tinham nenhuma.
O design vencedor eliminou a competição de mais de 70 obras, que incluiu uma renderização em 3D do vírus que causou Covid-19; o cenário de Parasite de Lee Ha Jun, o filme sul-coreano vencedor do Oscar e o colete à prova de facadas estampados com a bandeira do Reino Unido usado por Stormzy em Glastonbury 2019.
Os prêmios também foram dados aos seis vencedores da categoria com prêmios que reconhecem a inovação em produto, arquitetura, digital, moda, gráfica e transporte.