O presidente eleito Joe Biden prometeu renovar o compromisso dos EUA com o acordo climático de Paris e alavancar a comunidade internacional para instar os países relutantes a embarcarem na meta de impedir que as temperaturas médias globais subam acima de 2°C.
+ Remadores do Pantanal falam sobre suas rotinas de treino em tempos de queimada
+ Imagens do espaço mostram o quão ruim são as queimadas na Amazônia
Como parte desse esforço, conforme descrito no ambicioso plano climático de Biden, sua administração planeja “nomear e envergonhar os fora-da-lei globais do clima” em um novo “Relatório de Mudança Global do Clima”, a fim de “responsabilizar os países por cumprirem ou não cumprir, seus compromissos de Paris e para outras etapas que promovem ou minam as soluções climáticas globais.”
E durante o primeiro debate presidencial de 2020, Biden deu uma indicação de um dos primeiros países potencialmente rotulados de “fora da lei”: o Brasil.
Biden disse que vai reunir os países para levantar US$ 20 bilhões para dar ao Brasil para proteger a Amazônia. Ele também ressaltou que haveria sérias consequências se o Brasil não parasse com suas políticas de desmatamento.
Nos últimos dois anos, o Brasil experimentou incêndios florestais recordes que foram exacerbados pelas mudanças climáticas e pelo manejo florestal deficiente. A mídia internacional, assim como pesquisadores, vem relacionando os incêndios deste ano [no Brasil] ao desmatamento ilegal em massa, sob as liberdades dadas pela administração do presidente Jair Bolsonaro, para garantir interesses de fazendeiros e mineiradoras.
O legado de Bolsonaro de negação das mudanças climáticas e sua atitude relaxada em relação ao desmatamento da Amazônia ajudaram a alinhá-lo com Trump. Em um governo Biden, o desrespeito pela Amazônia e a descrença no aquecimento global podem não passar tão fácil.
“Há pessoas no Partido Democrata que gostariam de ir atrás de Bolsonaro e ser muito duras com ele nesta questão, e unir forças com os europeus para aplicar uma pressão significativa”, Mike Shifter, presidente do Diálogo Interamericano, um think tank político, disse à Reuters em outubro.