A mexicana Viridiana Álvarez Chávez tinha 28 anos de idade quando começou a fazer atividades físicas. Aos 36, ela entrou para o livro Guinness dos Records pela ascensão feminina mais rápida das três montanhas mais altas do mundo com oxigênio suplementar. Ela bateu o recorde cumprindo o feito em um ano e 364 dias.
>> Veja online o festival Rocky Spirit GOfit
As três montanhas mais altas do mundo são o Monte Everest (8.848 metros) no Nepal, o K2 (8.611 metros) na China e o Kangchenjunga (8.586 metros), no Paquistão. A tríade de cumes foi cumprida em 2019 e enviada para o Guinness World Record. O recorde foi reconhecido por meio de uma cerimônia remota. Viridiana levou o título que pertencia a Go Mi-Sun, da Coréia do Sul, cuja subida às três maiores montanhas do mundo foi cumprida em 2 anos e dois dias, em 2007. Go Mi-Sun faleceu dois anos depois, em uma expedição no Nanga Parbat, na zona ocidental do Himalaia.
Pandemia e escaladas interrompidas
Viridiana precisou parar de escalar por causa da pandemia. Agora ela está em casa, treinando para quando possa voltar a viajar. Nascida em Aguascalientes, no México, ela descobriu que tinha o desejo de chegar ao cume do Everest ao completar um meio Ironman.
Projetos como os Sete Cumes, em que se escala as montanhas mais altas do mundo, exigem muita paixão, motivação e comprometimento. São exatamente os sentimentos que ela tem com as montanhas. E lidar com o medo, uma presença constante que ela confronta em cada escalada.
+ Em desafio, Felipe Camargo vai escalar um Everest indoor
+ Australiano quebra recorde de escalada nos Sete Cumes
“A mente é tudo”, disse Viridiana em uma entrevista à CNN, ao contar como foi a experiência exaustiva de escalar o K2 – e ver um escalador se acidentar. Ela ficou paralisada por 5 ou 7 minutos, até conseguir se obrigar a continuar, apesar da visão devastadora. Foi assim que ela conquistou também outro título: primeira mulher latino americana a fazer o cume do K2, a segunda montanha mais alta do mundo depois do Everest. Nesta mesma expedição, ela fez também o Kangchenjunga.
As três montanhas mais altas do mundo em menos de 2 anos
Quando ela passou de sedentária para alguém que fazia exercícios em 2011, Viridiana demorou um pouco para descobrir as montanhas. Primeiro ela se tornou uma corredora, apaixonada pelos 10k. Daí, partiu para a meia maratona e depois maratonas.
Quando cravou seu meio Ironman (1,9 km de natação, 90 km de ciclismo e 21,1 km de corrida), ela colocou sua energia e vontade nas montanhas. A corrida virou treino base e ela escalou o Pico de Orizaba, a montanha mais alta do México. Foi uma paixão sem volta. “Montanhas são onde eu posso me desafiar e me conhecer melhor”, diz.
Ao escalar as três montanhas mais altas do mundo, ela não pensava em quebrar um recorde. Movida pelo desejo de viajar e fazer as montanhas, ela acabou conhecendo países incríveis, ainda que menos do que gostaria. “Depois de uma expedição de dois meses, a única coisa que você quer é sua cama e sua casa.” Uma das melhores recordações? A comida. A culinária picante e com queijo do Himalaia lembrou os sabores mexicanos. Mas nada substituía, claro, os tacos, a verdadeira comida de casa para ela.