Na Inglaterra, trailrunners aproveitaram a pandemia para quebrar recordes

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Imagem: Inov-8/Dave MacFarlane

Se a pandemia atrasou a vida da maioria das pessoas, para alguns atletas, foi a chance de quebrar recordes. Já que muitos trailrunners ficaram sem provas para competir, por que não ir sozinhos para a natureza testar seus limites?

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No Reino Unido, foi um movimento voluntário de vários atletas. Sabrina Verjee se tornou a primeira mulher a correr a volta de Wainwrights, um circuito de 214 montanhas no Lake District National Park, na Inglaterra, de 512km.

O corredor inglês Kim Collison quebrou um recorde de 23 anos, do desafio Lakes 24 – na mesma região. O objetivo é fazer o maior número possível de cumes em 24 horas. Beth Pascall quebrou o recorde na trilha Bob Graham, também na Inglaterra. Damian Hall quebrou o recorde na Pennine Way, enquanto limpava lixo da trilha. Carla Molinaro cravou um novo recorde mundial atravessando a Grã-Bretanha em 12 duas, 30 minutos e 14 segundos. 

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Os trailrunners Molinaro e Hall disseram que a pandemia e o lockdown deram o estímulo que faltava para atingir estes objetivos, com os quais sonhavam há anos. Ela correu 117 quilômetros por dia, comendo junkie food e fazendo o mínimo de paradas possíveis em bed & breakfasts e comemorou o aniversário de 36 anos na trilha.

“O tempo estava horrível no final. Ventos de 50 km/h, chuva”, disse ao Guardian. No final, ela estava tão destruída que em vez de correr, andou o último trecho. As unhas perdidas e bolhas garantiram a ela o recorde com 10 horas a menos do que o anterior. Ela completou o desafio em 12 dias, 11 horas e 6 minutos. A marca anterior era da corredora Sharon Gayter, de agosto do ano passado. 

Trailrunners tiveram provas canceladas

Molinaro conta que quando viu que todas as provas do calendário tinham sido canceladas, parou para pensar nos projetos que ela tinha deixado em segundo plano. “E no fim acabaram sendo as coisas mais difíceis que eu já fiz na minha vida.”

Damian Hall, de 44 anos, completou a Pennine Way, uma trilha de 431 km, em 61 horas e 34 minutes, limando 3 horas do recorde do corredor americano John Kelly, de uma semana antes. Até então, o recorde pertencia a Mike Hartley, pelos últimos 31 years.

“Estava no meu radar por quatro anos, mas eu me sentia intimidado porque o recorde anterior é muito bom. Então eu inventava várias desculpas para mim mesmo. Com o lockdown, acabaram as desculpas”, disse. Ele usou o desafio para levantar fundos para o Greenpeace UK. Ele e os pacers que correram com ele aproveitaram também para limpar a trilha. “O lockdown me deu a oportunidade de curtir a corrida de novo. Eu viajo o mundo para correr e percebi que às vezes subestimamos o que temos no quintal de casa.”