No dia 23 de abril, comemora-se o Dia Mundial do Escoteiro. Uma parte da imagem que temos do movimento escoteiro é verdade: uniformes, disciplina e muitas atividades ao ar livre. Mas muitas coisas podem ser novidade para quem nunca fez parte: adultos podem entrar para o escotismo como voluntários, e existe uma ampla variedade de ramos, desde radioamador até atividades náuticas e aéreas.
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O movimento nasceu no começo do século 20, fundado por Robert Stephensen Smith Baden-Powell. No livro “Escotismo para Rapazes”, publicado em 1908, ele descreve a filosofia e técnica escotista. “O Movimento Escoteiro tem a função de preparar crianças, adolescentes e jovens para a vida. Isso significa saber lidar com situações complexas e aprender a relacionar conhecimentos diversos em busca de soluções”, diz Thiago Bueno, gerente regional do Escoteiros do Brasil – SP.
Dia mundial do escoteiro: atividades indoor, este ano
E a grandeza do mundo se mostra ideal para desenvolver estas habilidades. “O escotismo utiliza, atividades ao ar livre, como acampamentos e excursões. Montar uma barraca, fazer sua própria mochila, dormir longe de casa e cozinhar suas refeições são ferramentas para os jovens desenvolverem a autonomia, o trabalho em equipe e o senso de comunidade, entre outras competências que se refletem em diversas situações da vida”, diz Thiago.
Junto com os objetivos educativos, é importante que as crianças e jovens se divirtam. “As vivências sempre ocorrem com muita mão na massa, por meio de jogos que garantem que os jovens se desenvolvam de forma divertida”, diz Thiago. Para não pararem durante a pandemia, boa parte das atividades transcorrem online. São atividades diferentes, mas que buscam os mesmos objetivos educativos
Por aqui, o movimento se organiza por meio da “União dos Escoteiros do Brasil”, com vários departamentos regionais. “O Escotismo é aberto a todos, independentemente de raça, gênero, crença ou origem social”, explica Thiago. A proposta educativa é direcionada a crianças a partir dos 6 anos e meio, por conta da fase de alfabetização.
Movimento para a vida toda
No Brasil, há cerca de 112 mil escoteiros e, no estado de São Paulo, aproximadamente 30 mil. O movimento está presente no país desde 1910. Até os 21 anos, os escoteiros participam das atividades; depois desta idade, trabalham como voluntários oferecendo atividades aos mais jovens. “Existe uma valorização muito grande da relação com o meio ambiente, pensando também em sua preservação e em como podemos atuar nisso”, explica Thiago. Para ele, a relação com a natureza e os recursos naturais se constrói na prática dentro do escotismo.
Existe também um aspecto comportamental, que transparece na Lei Escoteira, escrita por Baden-Powell. “Para o jovem se tornar escoteiro, ele assume voluntariamente esse código durante uma cerimônia de Promessa Escoteira. Já se parte do princípio de que ser escoteiro é se divertir, mas também é agir de forma correta e ética, pensando sempre em ajudar quem precisa”, diz Thiago.
Adultos também podem
“O primeiro tabu que precisamos quebrar é que as atividades são para crianças. Elas abrangem até os 21 anos, divididas em grupos diferentes de faixas etárias para que a complexidade das atividades acompanhe o momento de vida das pessoas”, explica Thiago. Mas quem nunca teve oportunidade pode se tornar um voluntário, sem limite de idade. Basta procurar os grupos escoteiros mais próximos de onde mora.