Com o aumento das temperaturas, áreas inóspitas da Sibéria podem se tornar habitáveis até ao fim do século

Por Redação

A Sibéria é mais conhecida por suas paisagens geladas, cobertas de neves – algumas com coloração estranha, e temperaturas que podem chegar a 60 graus negativos. Mas isso está prestes a mudar. De acordo com um estudo publicado na Environmental Research Letters, a mudança climática “branda” poderia permitir que sua população crescesse em 500% na década de 2080.

“A Rússia asiática está atualmente extremamente fria”, disse a principal autora, Elena Parfenova, do Centro de Pesquisa Federal de Krasnoyarsk, em um comunicado. “Mas em um clima mais quente no futuro, a segurança alimentar em termos de distribuição de cultivos e capacidade de produção provavelmente se tornará mais favorável para as pessoas viverem em mais assentamentos na Sibéria.”

A Sibéria é uma vasta região da Rússia e do norte do Cazaquistão, integralmente no norte da Ásia, estendendo-se dos Urais ao oceano Pacífico. Embora tenha 13 milhões de quilômetros quadrados, a Sibéria representa 77% da massa territorial russa, e abriga apenas 27% da população da Rússia, isto é, cerca de 40 milhões de pessoas. Esses 27% estão concentrados ao longo da estepe florestal no sul, onde o clima é menos severo e o solo é mais fértil.

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Mas à medida que as temperaturas médias sobem em resposta à mudança climática provocada pelo homem, a Sibéria pode desenvolver um clima um pouco mais agradável.

A equipe combinou modelos e cenários de clima e de alterações climáticas, juntando dados sobre temperaturas e precipitação. A equipe verificou aumentos de temperatura no inverno e no verão, o que daria à Sibéria um clima mais ameno em 2080, com a cobertura de ‘permafrost’ (solo permanentemente congelado) a diminuir dos atuais 65% para 40%.

“As primeiras migrações humanas têm sido associadas às alterações climáticas. À medida que as civilizações desenvolveram tecnologia que lhes permitiu adaptarem-se, os seres humanos tornaram-se menos dependentes do meio ambiente, particularmente em termos de clima”, disse autora do estudo.