A população de pinguins agora mal chega a 200.000
A colônia de pinguins-rei siatuada na ilha subantártica francesa de Île aux Cochons, ou Ilha do Porco, é a maior do mundo. No entanto, nas últimas três décadas, pesquisadores dizem que diminui quase 90%.
Quando os cientistas pisaram pela última vez na ilha em 1982, não era apenas a maior colônia de pinguins-rei do mundo, mas a segunda maior colônia de todos os pingüins. Calcula-se que a colônia já chegou a ter mais de dois milhões de pingüins-rei.
Pesquisadores do Centro de Estudos Biológicos de Chizé (CNRS) voltaram a pesquisar a ilha em 2016 e 2017. A população total diminuiu em 88%, para apenas 200.000 pinguins-rei. Antes, havia meio milhão de casais reprodutores – agora, apenas 60.000 permanecem.
A remota ilha no Oceano Índico meridional é tão inacessível que os pesquisadores não conduziram novas estimativas populacionais por décadas, deixando a causa exata da população como um mistério. No entanto, existem vários fatores possíveis, que são explorados no relatório completo publicado na semana passada no periódico Antarctic Science.
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Fotografias e imagens de satélite tiradas ao longo das décadas descobriram que o território da colônia encolheu, tomado pela invasão da vegetação. O declínio também começou no final dos anos 90, ao mesmo tempo em que ocorreu um grande evento climático relacionado ao fenômeno climático cíclico El Niño no Oceano Antártico. O efeito afetou potencialmente a capacidade dos pinguins de procurar alimentos.
Doenças como cólera aviária, predadores invasivos e o que a equipe chama de “efeitos dependentes da densidade” são outras causas possíveis. À medida que as populações crescem, a competição entre indivíduos pode aumentar, provocando escassez de alimentos e um declínio geral para o grupo.
Um estudo publicado em fevereiro sugeriu que o aquecimento global está destruindo os habitats de pingüins-rei. A tal velocidade que em 2100, 70% da população mundial de pingüins-rei poderia ser forçada a se mudar para outro lugar ou morrer.
Os pinguins-rei estão como “menos preocupantes” na Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN).
Os pesquisadores do CNRS, em parceria com o pessoal da Reserva Natural Nacional das Terras Austrais e Antárticas Francesas e do Instituto Polar Francês, começarão a trabalhar para verificar as conclusões iniciais apresentadas no relatório.