Drones serão testados principalmente em unidades da Amazônia

Por Redação (ICMBio)
A Coordenação de Fiscalização (COFIS) do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) está se preparando para utilizar drones como instrumento de fiscalização de Unidades de Conservação.

De acordo com o ICMBio, nos próximos meses, a equipe, liderada pelo coordenador André Alamino, vai explorar como três modelos do chamado veículo aéreo não-tripulado podem contribuir para a gestão das unidades de conservação – especialmente as da Amazônia. O plano é aprovar uma normativa interna para que o equipamento possa começar a ser usado oficialmente em 2019.

“Graças às câmeras de alta resolução e infravermelho, os drones são capazes de registrar imagens a qualquer hora do dia sem que uma equipe de dez pessoas precise se deslocar até o local”, explica o coordenador.

Para a suspeita de um acampamento de madeireiros ou garimpeiros, por exemplo, o órgão de fiscalização pode exigir até o fretamento de uma aeronave. No entanto, sobrevoar uma área gera altos custos e ainda alerta os criminosos. Silencioso e discreto, o drone é um apoio tático ideal para operações desse tipo. Principalmente na Amazônia.
Com a possibilidade do Programa Áreas Protegidas da Amazônia (ARPA) de consolidar mais de 60 milhões de hectares no bioma até 2020 – área que equivale à da Espanha e de Portugal juntos – os drones ajudaram os gestores e agentes de fiscalização.
Há alguns anos a tecnologia já começou a ser usada em diversas unidades do Brasil. Alamino afirma que os equipamentos costumam chegar através de compensação ambiental, doação, ou são comprados pelos próprios servidores. “São iniciativas independentes, descentralizadas”, diz.

É o caso de Rafael Xavier, que integra a equipe de testes. Envolvido com aeromodelismo há mais de 20 anos, o analista ambiental do COFIS começou a levar seus drones para campo em 2011, quando ainda era servidor do Ibama. No Rio Grande do Norte, o asa rotativa (ou quadricóptero, como também é conhecido) era usado em geoprocessamento. Em Minas Gerais, o aparelhinho monitorou as trilhas do Parque Nacional da Serra do Cipó e ainda registrou os danos causados por queimadas e pelo rompimento de uma barragem na APA Morro da Pedreira.

Segundo Xavier, o servidor vai encontrar orientações sobre os modelos mais adequados para cada aplicação, regras para a manutenção e estocagem dos equipamentos e exigências da ANAC e da ANATEL.
A Reserva Biológica do Cachimbo e o Parque Nacional do Jamanxim, no Pará, devem ser as primeiras a receber capacitação e testes em camp. São duas áreas com histórico de desmatamento e de conflitos violentos com quadrilhas de madeireiros e garimpeiros.