FELIPE BAENNINGER: Idealizador do Projeto Transite, ele já pedalou mais de 30 mil km pelo Brasil para registrar a vida de pessoas que andam de bike.
NATURAL DE:
São Paulo (SP)
IDADE:
28 anos
ESPECIALIDADE:
Fotógrafo cicloviajante
PRINCIPAIS FEITOS:
Há três anos lida com as incertezas da estrada para, finalmente em 2016, lançar um livro fotográfico que contará a história de brasileiros que pedalam, o produto final de seu Projeto Transite.
PATROCÍNIOS
Apoio coletivo; Felipe aceita encomendas de livros e camisetas do projeto.
(+) @projetotransite
EM JUNHO DE 2013, durante a segunda semana de uma viagem de bicicleta pelo Brasil programada para durar três anos, o fotógrafo paulista Felipe Baenninger tomou, literalmente, um tapa na cara. “Foi em Porto Alegre”, lembra. “Levei uma surra de quatro policiais no meio de uma manifestação. Fui levado à delegacia e tive todos os meus direitos civis violados”, conta, ainda indignado.
Na época, ele dava as primeiras pedaladas de seu Projeto Transite, cujo objetivo é a produção de um livro fotográfico sobre pessoas que usam a bicicleta nos 27 estados brasileiros, para os mais diferentes propósitos. Depois da violência no sul, debilitado física e psicologicamente, Felipe tinha um bom motivo para desistir, porém resistiu. “Apesar de perceber que eu estaria vulnerável, que tudo pode acontecer na estrada, também notei que quanto mais ligado eu ficasse, menos desventuras teria.” E seguiu em frente.
Aos 28 anos, Felipe mantém o pensamento sempre positivo. “Sei que fatalidades são incontroláveis, mas o medo é um vírus que eu não alimento.” Pedalando de peito aberto, ele já se apaixonou pela Amazônia, sentiu-se abençoado pelas belezas da Serra do Caparaó (na divisa entre Minas Gerais e Espírito Santo) e descobriu o verdadeiro significado de “paz” ao pisar em praias totalmente desertas.
Certa vez, o acaso também o levou a pernoitar em um orfanato. Depois de ser seguido por uma cachorra vira-lata por alguns quilômetros, ele achou que deveria encontrar o dono do animal. E a busca o levou a um homem que abriu as portas do orfanato de sua mãe para que Felipe se hospedasse enquanto aquela tarefa durasse. “Eu tinha acabado de cruzar a Transpantaneira, e foi emocionante chegar ao orfanato com uma cachorra a tiracolo e de repente me ver rodeado de crianças.” A missão foi bem-sucedida, e é uma das histórias mais marcantes de toda a viagem, segundo Felipe.
Até o fim de maio, ele estará de volta a São Paulo depois de ter pedalado mais de 30 mil km pelo Brasil. Então começará outra jornada: a produção de seu foto-livro documentário, que mostrará o quanto a bicicleta é importante para as pessoas.