O legado de Henry Worsley


AVENTURA NO SANGUE: Henry, prestes a partir para a última aventura de sua vida

No último domingo, 24 de janeiro, o explorador britânico Henry Worsley, que tentava completar a primeira travessia solo e autossuficiente do continente antártico, sucumbiu à exaustão. Henry, que tinha 55 anos, morreu depois de 71 dias de expedição, na qual puxava cerca de 150 kg de suprimentos e equipamentos em seu trenó. Ele chegou a ser resgatado e levado a um hospital em Punta Arenas, Chile, mas não resistiu a desidratação e ao cansaço extremos.

O ex-militar era fortemente influenciado pelos míticos exploradores Ernest Sheckleton, Robert Scott e Roald Amundsen, e a Antártida não era uma novidade para ele. Em 2007, Henry havia refeito, a pé, a expedição Nimrod, de Shekleton, em comemoração aos 100 anos desse feito. E, em 2011, retornara ao continente gelado com um time de soldados para seguir as pegadas de Scott e Amundsen rumo ao polo sul, um século depois.

Desde o final do ano passado, Henry tentava ir além. Sua meta era repetir a “fracassada” expedição Endurance, também de Shakleton. Para ir de uma costa à outra, Henry andaria pouco mais de 1.600 km. Depois de 71 dias da fria e solitária peregrinação, e tendo percorrido quase 1.500 km – e já bem perto do final –, Henry pediu resgate pelo rádio, alegando que chegara ao seu limite. Ele ainda foi submetido a uma cirurgia abdominal, mas infelizmente não resistiu.

Além de manter a chama aventureira acesa, a expedição tinha como objetivo arrecadar verba para a Endeavour Fund, que ajuda soldados feridos em guerras – e ele conseguiu reverter o equivalente a R$ 1.200.000 à instituição. Worsley deixa sua mulher, Joana e dois filhos, Max e Alicia. Sua coragem e seu legado nunca serão esquecidos.