Num sábado de julho, a Thule colocou cerca de 30 pessoas na trilha do Capim Amarelo, na Serra Fina (MG), para testar sua mais nova linha de produtos: mochilas técnicas.
Com 70 anos de tradição, esta marca sueca é mais conhecida pelos racks e bagageiros utilizados para transportar equipamentos, bicicletas, pranchas e caiaques. E por isso todos ali presentes, de jornalistas a corredores de montanha, estavam curiosos para experimentar essas mochilas.
“Foram quatro anos de testes até elas serem lançadas no mercado”, garantiu Giuliano Bertazzolo, coordenador de marketing para América Latina.
Rigorosos testes em um laboratório próprio (veja no vídeo abaixo) são um procedimento de praxe da Thule, que contratou designers e construtores experientes (norte-americanos e europeus) para participarem da criação das mochilas técnicas.
Duas coleções foram lançadas*: a Guidepost, que compreende as cargueiras com capacidade de 65, 75 e 88 litros (tem versão feminina para os modelos 65 e 75 litros), e a Capstone, que são mochilas mais leves (22, 32, 40 e 50 litros), perfeitas para um trekking curto ou um ataque ao cume.
Logo em sua coleção de estreia, a Thule já quis se igualar a marcas conceituadas no ramo, como a alemã Deuter e a norte-americana Osprey, e por isso não poupou em tecnologias. A TransHub, por exemplo, presente nas cargueiras, é um sistema aplicado na barrigueira para que a mochila acompanhe os movimentos do quadril e, dessa forma, deixar as passadas mais naturais. O mecanismo funcionou bem nas escalaminhadas e desescaladas no Capim Amarelo, principalmente naquelas horas em que parece que a mochila ganha vida e a carga tende a sair do centro de gravidade. As Guideposts têm também um esperto ajuste nos ombros, afinal, é uma medida que costuma variar de pessoa para pessoa, apesar de ser um detalhe ignorado por outras marcas.
Já a Capstone tem regulagem de altura no costado (MicroAdjust Suspension System), para que, quando as fitas barrigueira e peitoral estiverem ajustadas, a mochila se mantenha no tronco na posição perfeita. E isso é conveniente especialmente durante subidas íngremes ou quando é preciso agachar-se para transpor um tronco atravessado na trilha, por exemplo – nessas horas, a cabeça da mochila costuma ir de encontro com a nuca.
As Capstones ganham em detalhes, como o esperto puxador de zíper (ergonômico mesmo quando se está usando luvas), o acesso alternativo ao compartimento principal (através de uma abertura por zíper na base), o espaçoso bolso externo (totalmente elástico) e a aparência “clean” (além da estética, as fitas compressoras são de fácil manuseio e têm excelente resposta – não foi por acaso que a revista Outside norte-america afirmou que, se Apple fizesse mochila, seria uma Capstone). O fácil acesso aos compartimentos laterais (com a mochila nas costas) é outro grande diferencial de seu design funcional.
Quanto à durabilidade, tudo indica que o nylon Cordura (210D e 315D) aplicado nesses modelos aguente bem o tranco, sobrevivendo ao atrito constante em rochas e galhos. Além disso, a marca dá 25 anos de garantia (thule.com.br).
AR-LIVRE: O corredor de montanha Sidney Togumi, durante o teste
PONTO DE PARTIDA: Saída do Refúgio Serra Fina rumo ao Capim Amarelo
* Leia mais sobre o desempenho das mochilas Thule na edição de outubro da revista Go Outside (Guia de Equipamentos 2015)