Por um Mundo Selvagem

Por Yuri Vasconcelos

Por que peixes de água salgada não sobrevivem em água doce e vice-versa?

A explicação é simples: o organismo dos peixes marinhos não está adaptado a viver em um ambiente com uma concentração mais baixa de sal – e o contrário acontece com os peixes de água doce. Isso porque os líquidos que circulam no corpo de peixes marinhos como linguado, garoupa ou cioba têm praticamente a mesma proporção de sais existente na água do mar. “Quando um peixe marinho é colocado num rio, lago ou outro ambiente de água doce, o teor de sal de seu corpo é maior do que o encontrado no manancial, e o corpo do peixe, por um processo de osmose celular, tende a absorver mais água e inchar”, explica o ictiólogo paulista José Birindelli, pesquisador do Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo (USP). Como os rins do animal não conseguem expelir o excesso de água absorvido, ele acaba morrendo – em alguns casos, pode até explodir. No caso de um peixe de água doce ser colocado no mar, o processo é o inverso. A concentração de sal no seu corpo é menor do que a do mar, o mesmo processo de osmose faz com que ele perca líquido, num esforço do organismo para chegar a um equilíbrio. Com isso, acaba desidratando e morrendo. “O curioso é que algumas espécies de peixes conseguem tolerar diferentes concentrações de sal na água”, explica Birindelli. “É o caso do salmão, que nasce na água doce, migra para o mar e depois volta para o rio a fim de procriar.”







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