Por Mariana Mesquita, da Go Outside online
A última etapa do Campeonato Sul- Americano de Esporte de Neve aconteceu em Bariloche, na Argentina, entre os dias 24 e 26 de agosto. E quem marcou presença foi Mirlene Picin, a brasileira de Mogi Mirim, São Paulo, que depois dois anos (2009, 2010) batendo na trave, conquistou o título inédito de Campeã Sul-Americana.
Mirlene começou com o esqui cross country em 2007 e com o biathlon em agosto do ano seguinte. Depois deste primeiro contato, realizado na Argentina, ela não parou mais. Em uma entrevista exclusiva para a Go Outside online, Mirlene contou como foi receber este título inédito e revelou seus planos para as próximas provas.
GO OUTSIDE: Como você avalia sua participação no Campeonato Sul-americano? Quais as maiores dificuldades da prova?
É BRASIL:Título inédito de Campeã Sul- Americana
Quando está no Brasil, treina a parte física com bike, corrida, natação, musculação e rollerski (um ski com rodinhas), mas também passa a maior parte do ano treinando e competindo em países de inverno com neve da América do sul e Europa.
MIRLENE: Minha participação foi boa. Ficamos todos bem contentes com o resultado, eu, a CBDN (Confederação Brasileira de Desporto na Neve) e o treinador Beto Carnevale. Em 2009 e 2010, eu bati na trave, ficando com o vice-campeonato nos dois anos. Para essa temporada intensifiquei meus treinos. Havia uma expectativa grande de um resultado melhor. Após a etapa do Chile, onde venci as três provas que foram disputadas, o título começou a ficar bem mais próximo. Na etapa da Argentina, eu apenas precisava assegurar o resultado com uma combinação de pontos. Não realizei boas provas, pois estava doente, mas mesmo assim consegui conquistar o título com duas medalhas de prata nas duas provas disputadas. Os resultados obtidos me garantiram o título com 18 pontos à frente da segunda colocada, uma atleta argentina.
No Chile o maior desafio é a altitude. A pista fica a 3.000 metros de altitude. Competir em uma prova de 15 quilômetros com o esforço físico muito grande leva o corpo ao extremo. Em Bariloche a dificuldade é o traçado da pista, mais técnica e com muitas subidas que tornam as provas "pesadas".
Como você se sentiu quando percebeu título inédito que você conquistou?
Foi sensação de missão cumprida. Minha carga de treinamento aumentou muito para essa competição, eu estava bem focada. Fui a primeira atleta brasileira a conquistar um título continental em um esporte de neve, depois de chegar bem perto em 2009 e 2010. Esse título é resultado do trabalho que tem sido realizado comigo pela CBDN através da equipe multidisciplinar composta por psicólogo, fisioterapeuta e preparador físico.
Quais seus planos para o futuro?
No final de novembro começa a temporada de inverno no hemisfério norte, com uma agenda bem cheia no continente europeu. Quero estar bem para melhorar meus resultados nessas competições.