No Tour de France, os ciclistas que fazem parte do pelotão quase sempre superam os solitários. Por mais que na corrida os ritmos sejam mais baixos, estar no pelotão pode facilitar a manutenção do pace. No começo de 2015, o pesquisador Brian Hanley divulgou uma análise do comportamento dos corredores em pelotões nos mundiais de meia maratona da IAAF entre 2007 e 2014. Ele determinou quais estratégias funcionam e quais são um tiro pela culatra. Veja como aplicá-las a sua realidade.
MELHOR > PELOTÕES PERSISTENTES
Os corredores de maior sucesso – os que mantiveram o ritmo durante a corrida e aumentaram a velocidade perto do final – foram os que correram com o mesmo grupo do início ao fim. Em alguns casos, o pelotão era composto por integrantes da mesma equipe, mas muitas vezes eram rivais com níveis parecidos. Muitas provas organizam a largada por baias de ritmo: separam os corredores em “currais” de acordo com o pace que eles pretendem imprimir na prova. Você também pode organizar seu próprio grupo ou procurar almas bondosas antes da prova. Tudo bem pegar uma carona com alguém por alguns quilômetros, mas depois é a sua vez de liderar.
BOM > GRUPO NÔMADE
O segundo melhor resultado veio para aqueles que correram a maior parte da prova com outros corredores – que nem sempre eram os mesmos. Se você perceber que é mais forte que os atletas do seu grupo, dê uma olhada lá para a frente para ver se
não há outro grupo a que você possa se juntar. Aí, tome uma decisão rápida e se reúna a eles. Por outro lado, se você começar a ficar para trás, pode desanimar. Então diminua um pouco o ritmo e prepare-se para se juntar ao grupo que chegar até você.
PIOR > PELOTÃO INICIAL
A pior estratégia de todas – pior até do que correr sozinho a prova toda – é tentar se manter junto a um grupo que está rápido demais para você. Na análise de Brian, aqueles que largaram com um grupo, mas tiveram que se desligar dele antes da metade do percurso, foram os que mais perderam velocidade durante a prova. Às vezes a energia de correr em pelotão é tão contagiante que o grupo todo vai mais rápido que o planejado – como na Maratona de Londres em 2013, quando o pelotão de elite se desestruturou após completarem a metade da corrida em apenas 1h01min34. Monitore seu pace de tempos em tempos para ter certeza de que
não está exagerando na empolgação.
SEMPRE > ESTRATÉGIA E PELOTÃO
Quando achar o grupo certo para você, encontre a posição correta. O ideal é ficar logo atrás de alguém, a aproximadamente um metro de distância (sem pisar no pé de ninguém, claro!). Cerca de 2% do gasto energético de um corredor de elite é usado para quebrar a resistência do ar mesmo em um dia sem vento, e mais ainda em um dia com. Mas pense nos outros corredores do grupo como aliados e trabalhe com eles – até os quilômetros finais, quando for a hora do “cada um por si”!