Triatletas morrem durante prova em NY


(ILUSTRAÇÃO: Renato Alarcão)

Esta semana o blog da Outside norte-americana noticiou a morte de dois triatletas durante o New York City Triathlon (leia o texto aqui). As fatalidades aconteceram durante o trecho de 1,5 quilômetro de natação – a primeira fase de uma prova de triathlon – pelo rio Hudson. Michael Kudryk, de 64 anos, foi retirado inconsciente da água e, logo em seguida, dado como morto. Ele havia completado metade do desafio aquático. Uma mulher de 40 anos (a família pediu para que a identidade dela fosse mantida em sigilo) também foi socorrida após apresentar sintomas de infarto. Ela foi levada ao hospital ainda com vida, mas morreu horas depois.

Estas foram a segunda e a terceira mortes nessa prova, que acontece há 11 anos. A primeira havia sido em 2002, quando uma atleta argentina de 32 anos que sofria de pressão alta também morreu durante a natação. Conforme publicado no site do jornal The New York Times, pelo menos oito pessoas já morreram somente este ano, curiosamente enquanto nadavam. Um caso de arritmia cardíaca foi diagnosticado entre uma das vítimas fatais.

POR POUCO, A CORRIDA NÃO FEZ OUTRA VÍTIMA NESTE FIM DE SEMANA. Durante a etapa paulistana da série Golden Four, Robson Couto, de 40 anos, sofreu uma parada cardíaca, como noticiou o site Pulso. De acordo com o mesmo site, Robson foi levado às pressas ao hospital, onde continuava internado.

No ano passado, a revista Go Outside publicou uma reportagem cuja abordagem eram três mortes no ciclismo, que levantavam a questão: o esporte pode ser perigoso ao organismo? Naquela ocasião, o médico Nabil Ghorayeb, doutor em cardiologia pela Faculdade de Medicina da USP, afirmou:

“Cerca de 95% dos casos de morte súbita poderiam ser prevenidos realizando uma minuciosa avaliação pré-competição, que inclui o eletrocardiograma e o teste ergométrico”.

Em seguida, a reportagem chagava à seguinte conclusão:

“Segundo o doutor Rogério Neves, diretor clínico do centro de fisiologia do exercício SportsLab, o mito de que o esforço físico é, por si só, o responsável pela morte súbita dos atletas é um grande engano. Ela está geralmente ligada a causas congênitas, hereditárias ou à utilização de drogas, no caso de pessoas com menos de 35 anos de idade. Em pessoas acima dessa faixa etária, a morte súbita está ligada à necrose dos tecidos cardíacos ocasionada pelo entupimento de vasos sanguíneos (aterosclerose), que priva o coração de nutrientes, como o oxigênio, necessários ao seu funcionamento, causando a chamada isquemia de miocárdio. Portanto, ao contrário do que se pensa, o esporte praticado de forma equilibrada e bem orientada é benéfico ao corpo humano e previne fatalidades como as que ocorreram com esses ciclistas."